quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Será que até mesmo a tímida Record está se rendendo ao PIG?

O telejornalismo da Record também entrou para o PIG?


por Paulo Jonas de Lima Piva

O telejornalismo discreto, de adjetivos suaves e frases equilibradas da TV Record, ao que parece, é coisa do passado. Caso seja mais do que uma impressão de telespectador, tal fato revela uma mudança preocupante na correlação de forças ideológicas e políticas dentro da grande mídia brasileira a menos de um ano das eleições presidenciais. Ao que tudo indica, Rodrigo Viana, Luiz Carlos Azenha e Paulo Henrique Amorim, ícones da nossa imprensa de esquerda e funcionários da Record, perderam o pouco de influência que tinham no telejornalismo da emissora da Igreja Universal, se é que tinham alguma.

O noturno "Jornal da Record", por exemplo, noticiou na edição de ontem, 21 de janeiro, as novas descobertas do escândalo de corrupção do PSDB no caso do metrô de São Paulo de forma nada diferente dos telejornais da Globo, SBT ou Bandeirantes, emissoras explicitamente tucanas e petefóbicas. Na chamada para a noticia do crime, menções muito parcimoniosas ao PSDB e ao tucano Mário Covas, chefe do governo onde teve início o império de ilícitos e imoralidades da Alston. Na reportagem, nenhuma vinculação explícita entre a Alston e o PSDB, em nenhum momento a ideia clara de que o escândalo de corrupção do metrô de São Paulo aconteceu num governo do PSDB, com o protagonismo de tucanos da alta cúpula paulista. Pior: o governador Geraldo Alckmin aparece no vídeo como um administrador público que não sabe de nada e como um político honesto interessado no aprofundamento das investigações.

Se a parcimônia, a discrição e a proteção foram o tom nessa edição de 21 de janeiro do "Jornal da Record" para tratar da corrupção tucana do metrô de São Paulo, o mesmo não se viu quando foi noticiado o número de empregos com carteira assinada gerados durante o ano de 2013 do governo Dilma. Não faltou por parte do casal de apresentadores do telejornal adjetivos nada moderados para desmerecer os milhões de novos postos de trabalho criados pelo governo federal. Na voz delicada da âncora, "foi o pior dos últimos dez anos".

Não é só no "Jornal da Record" que podemos perceber uma mudança de perfil e rumo no jornalismo da emissora evangélica. As pautas do "Domingo Espetacular", outro programa da Record de variedades e reportagens, do qual Paulo Henrique Amorim também é âncora, renderam-se às matérias de crimes e violência em detrimento das matérias de cunho político e de denúncias envolvendo o dinheiro público.

Em suma: diante dessas impressões e fatos, teria a Record também se convertido ao PIG (Partido da Imprensa Golpista) para derrotar Dilma e o PT nas eleições deste ano? Tal mudança seria uma represália da bancada evangélica por esta não ter satisfeitas no Congresso e no governo federal suas demandas políticas e ideológicas? Será a TV Record o palanque da também evangélica Marina Silva nessas eleições e um aliado a menos do PT, mesmo que hesitante, na grande mídia?

Fonte:  http://www.opensadordaaldeia.blogspot.com.br/

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