Quando a ditadura e a Rede Globo tentaram roubar a eleição de Brizola: "Plim-Plim: a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", livro de Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos
por Paulo Jonas de Lima Piva
Numa democracia, a soberania popular se exerce pelo voto livre e secreto. Entretanto, esse mecanismo de exercício da soberania popular não está imune a violações. Como sempre diz o jornalista Paulo Henrique Amorim, autor, junto com a também jornalista Maria Helena Passos, dePlim-Plim: a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral (Conrad, 2005), não existe eleição a prova de fraude.
A eleição de 1982 para o governo do Rio de Janeiro, por exemplo, ainda em plena ditadura militar, é um alerta para esse perigo. Para evitar a vitória do trabalhista Leonel Brizola (PDT), a ditadura militar, em parceria com a Rede Globo, tentaram fraudar as urnas daquele pleito a favor de Moreira Franco, do PDS, candidato da situação. Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos narram de maneira bastante instigante os detalhes de toda essa sujeira contra Brizola e contra a democracia brasileira ainda agrilhoada. Um empresa de confiança da ditadura, a Proconsult, venceu uma concorrência estranha para contabilizar os votos daquela eleição de 1982 no Rio de Janeiro. O programa dos computadores para contar aqueles votos fora feito por um militar do serviço de inteligência da ditadura. Paralelamente, a função da Rede Globo, por meio de pesquisas eleitorais, era preparar o espírito dos cariocas para a vitória, não de Brizola, o favorito, mas do candidato da ditadura Moreira Franco. E por aí vai.
A propósito, sofre esse capítulo vergonhoso do jornalismo e da história política brasileira que as Organizações Globo tentam esconder de todas as formas da nossa opinião pública, nada melhor do que uma confissão do para além do cidadão Kane, o dono da Globo, Roberto Marinho. Este deixou escapar ao The New York Times certa vez, depois de Brizola já empossado governador do Rio, o quanto seus jornais, revistas, rádios e emissora de TV são isentas, imparciais, apartidárias e comprometidas com a verdade, o seguinte depoimento, no fundo, uma confissão:
A propósito, sofre esse capítulo vergonhoso do jornalismo e da história política brasileira que as Organizações Globo tentam esconder de todas as formas da nossa opinião pública, nada melhor do que uma confissão do para além do cidadão Kane, o dono da Globo, Roberto Marinho. Este deixou escapar ao The New York Times certa vez, depois de Brizola já empossado governador do Rio, o quanto seus jornais, revistas, rádios e emissora de TV são isentas, imparciais, apartidárias e comprometidas com a verdade, o seguinte depoimento, no fundo, uma confissão:
"Em um determinado momento, me convenci de que o sr. Leonel Brizola era um mau governador. Ele transformou a cidade maravilhosa que é o Rio de Janeiro em uma cidade de mendigos e vendedores ambulantes. Passei a considerar o sr. Brizola daninho e perigoso e lutei contra ele. Realmente, usei todas as possibilidades para derrotá-lo na eleição" (Plim-Plim: a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral, p. 229)
Roberto Marinho, dono da Globo, de braços dados com o general presidente João Batista Figueiredo, à sua esquerda |
Roberto Marinho, o dono da Globo, mais uma vez de mãos dadas com a ditadura militar, desta vez, à esquerda do leitor, confabulando com o general presidente Costa e Silva |
Fonte:http://www.opensadordaaldeia.blogspot.com.br/2014/04/quando-ditadura-e-rede-globo-tentaram.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário