por Paulo Jonas de Lima Piva
Ao que tudo indica, foi em 15 de junho que nasceu Jean Meslier. O ano era 1664, a França era absolutista, nobreza e clero oprimiam, esfolavam, imbecilizavam e exploravam os trabalhadores franceses. Padre do baixo clero, indignado com as injustiças, o cinismo, o obscurantismo e as arbitrariedades, Meslier atacou de frente as fontes dessas mazelas: a política mancomunada com a religião. E as críticas de Meslier a essas duas esferas foram radicais.
Do ponto de vista filosófico, o padre desenvolveu um ateísmo militante e bastante argumentado, bem como um materialismo que transformou as ideias de espírito e de vida pós-morte absurdos especulativos mitológicos ridículos. Do ponto de vista moral, defendeu valores e normas de inspiração epicurista e atacou a moral cristã, não poupando, inclusive, nem a figura de Jesus Cristo. Para Meslier, Cristo teria sido um fanático religioso megalomaníaco ou simplesmente um charlatão bastante esperto. Nada mais do que isso, como podemos ler aqui
Quanto à política, Meslier conclamou os camponeses a um levante que levasse ao enforcamento do último rei com as tripas do último padre, e que deste ato surgisse uma sociedade baseada na propriedade comunista da terra e dos seus produtos. Todas essas ideias foram registradas num volumoso manuscrito, intitulado Memória dos sentimentos e pensamento de Jean Meslier, finalizado, ao que tudo indica, por volta de 1720, e publicado postumamente.
Neste 15 de junho de 2014, fica este registro singelo sobre os 350 anos de um personagem do pensamento que tornou-se célebre por ter propugnado que o último rei fosse enforcado com as tripas do último padre.
Fonte: http://www.opensadordaaldeia.blogspot.com.br/2014/06/que-o-ultimo-rei-e-burgues-seja.html
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