segunda-feira, 31 de março de 2014

Spiritual Beggars - Live Fire [Full Concert Live in London]

Petrobrás: Psol e PSB se unem ao PSDB e buscam mais votos na eleição que se aproxima.

De olho nas eleições, PSOL e PSB se unem ao PSDB para criar CPI da Petrobras

Da esquerda para a direita: senadores Randolfe Rodrigues (PSOL), Aécio Neves (PSDB), Álvaro Dias (PSDB) e Agripino Maia (DEM) comemoram obtenção de assinaturas no Senado para criar a CPI (Foto: Agência Senado).

Por Marco Weissheimer


A decisão do PSOL e do PSB em favor da instalação da CPI da Petrobras, o novo carro-chefe do principal partido de oposição ao governo federal, foi decisiva para a obtenção das 27 assinaturas requeridas para a criação da comissão. Os dois partidos, juntos, contribuíram com cinco das 28 assinaturas apresentadas pela oposição: Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), João Capiberibe (PSB-AP), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Lídice da Mata (PSB-BA).
Segundo a Agência Senado, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) esperam que o pedido de criação da CPI da Petrobras seja lido pela Mesa do Senado na sessão deliberativa da próxima terça-feira. Randolfe e Aécio criticaram a possibilidade de o governo tentar convencer senadores a retirar assinaturas do requerimento. Os dois senadores consideram a instalação da CPI “inevitável” e “um desejo da sociedade brasileira”. Eles defenderam ainda a possibilidade de uma CPI mista. A oposição tenta obter 171 assinaturas na Câmara para que isso ocorra.

“O foco é saber como está sendo administrada a principal empresa brasileira e por que a principal empresa brasileira deixou de ser uma das principais empresas da América Latina”, disse Randolfe, pré-candidato do PSOL à Presidência da República. Também pré-candidato à presidência, pelo PSDB, Aécio Neves disse que as denúncias “são extremamente graves”. O requerimento para a instalação da CPI pretende investigar quatro fatos:
1.    Processo de aquisição da Refinaria de Pasadena no Texas (EUA);
2.    Indícios de pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa “SMB Offshore” para obtenção de contratos junto à Petrobras;
3.    Denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar faltando uma série de componentes primordiais à segurança do equipamento e dos trabalhadores;
4.    Indícios de superfaturamento na construção de refinaria.
Na última terça-feira (25), Randolfe Rodrigues, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e outros seis parlamentares, entre eles o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e a senadora Ana Amélia Lemos (PP) protocolaram na Procuradoria-Geral da República uma representação para apurar a atuação da presidente da República, Dilma Rousseff, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Segundo o dirigente do PSOL, “a ação pretende apontar eventuais irregularidades do negócio fechado em 2006, com o aval de Dilma, que custou ao menos R$ 1,19 bilhão aos cofres da estatal ao fim da operação de compra de uma refinaria em Pasadena”.
Ana Amélia admite contaminação eleitoral
A senadora Ana Amélia Lemos admitiu uma “contaminação eleitoral” envolvendo o pedido de instalação da CPI: “Num ano eleitoral, uma CPI  é contaminada naturalmente pelo processo eleitoral. Independente disso, as questões não são excludentes. Aqui existem as forças entre maioria e minoria, oposição e governo e, é claro, esse embate vai se dar na constituição ou não de uma CPI”, afirmou.
Outro pré-candidato à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defendeu na segunda-feira a abertura de uma CPI mista no Congresso para “investigar negócios da Petrobras”. “Nossos senadores pediram na semana passada a presença, no Congresso Nacional, dos responsáveis pela Petrobras para esclarecer tudo isso. Caso esses esclarecimentos não sejam suficientes, entendemos que vai ser o caso de se pedir efetivamente uma comissão parlamentar de inquérito”, disse o líder socialista.
Federação dos Petroleiros critica uso da CPI para disputa eleitoral
A direção colegiada da Federação Única dos Petroleiros divulgou, dia 25 de março, uma nota oficial criticando a “tentativa da oposição de instalar uma CPI para fazer disputa eleitoral através da Petrobras”. Intitulada, “Não deixaremos sangrar a Petrobras no ringue das disputas eleitorais”, a nota afirma:
Mais uma vez, a Petrobrás volta a ser palanque de disputas políticas em ano eleitoral. Foi assim no governo Lula, foi assim em 2010 e não seria diferente esse ano, quando as pesquisas eleitorais refletem o apoio popular ao governo Dilma. Tensionada, a oposição, em conluio com a velha mídia, mira na Petrobrás para tentar desmoralizar a gestão pública da maior empresa brasileira.
Os mesmos PSDB e DEM, que quando governaram o país fizeram de tudo para privatizar a Petrobrás, trazem de volta à cena política antigas denúncias sobre refinarias adquiridas pela empresa no exterior e tornam a atacar as que estão em fase final de construção no Brasil. Quem acompanha a nossa indústria de petróleo sabe da urgência de reestruturação do parque de refino da Petrobrás, que, durante o governo do PSDB/DEM, foi sucateado e estagnado, assim como os demais setores da empresa.
Quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da Petrobrás, escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa, reduziu drasticamente os efetivos próprios, estagnou investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentou mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax. Foi nessa época que a empresa protagonizou alguns dos  maiores acidentes ambientais do país e o afundamento da P-36.
São os mesmos neoliberais que insistem em atacar a gestão estatal que desde 2003 iniciou o processo que fará da Petrobrás uma empresa verdadeiramente pública e voltada para os interesses nacionais.
Vamos aos fatos: em 2002, a Petrobrás  valia R$ 30 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o valor de mercado da Petrobrás passou a ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
Antes do governo Lula, a Petrobrás contava em 2002 com um efetivo de 36 mil trabalhadores próprios, produzia 1 milhão e 500 mil barris de petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 milhões de barris de óleo. Após o governo Lula, em 2012, a Petrobrás quase que dobrou o seu efetivo para 85 mil trabalhadores, passou a produzir 2 milhões de barris de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo.
Apesar da crise econômica internacional e da metralhadora giratória da mídia partidária da oposição, a Petrobrás descobriu uma nova fronteira petrolífera, passou a produzir no pré-sal e caminha a passos largos para se tornar uma das maiores gigantes de energia do planeta. Não aceitamos, portanto, que esse processo seja estancado por grupos políticos que no passado tentaram privatizar a empresa e hoje, fortalecidos por novos aliados, continuam com o mesmo propósito.
Se confirmados erros e irregularidades na gestão da Petrobrás, exigiremos que sejam devidamente apurados pelos órgãos de controle do Estado e pela Justiça. A FUP e seus sindicatos acompanharão de perto esse processo, cobrando transparência na investigação e responsabilização de qualquer desvio que possa ter ocorrido. No entanto, não permitiremos que sangrem a Petrobrás em um ringue de disputas políticas partidárias eleitorais, como querem os defensores da CPI. Reagiremos à altura contra qualquer retrocesso que possa ser imposto à maior empresa brasileira, alavanca do desenvolvimento do país.

Fonte: http://www.dihitt.com/barra/de-olho-nas-eleicoes-psol-e-psb-se-unem-ao-psdb-para-criar-cpi-da-petrobras

E você, garota, ainda gosta da Veja!

Dilma x Agripino

Sem possibilidade de ameaça comunista no golpe de 1964.

Milton Pinheiro: Golpe comunista em 1964 é “fábula” sem base real

publicado em 22 de março de 2014 às 12:28
por Luiz Carlos Azenha
Não havia chance de um golpe comunista em 1964. A principal força de esquerda então, o Partido Comunista, tinha assumido compromisso com a via eleitoral. É justamente por isso que, quando o golpe foi dado pelos militares, com apoio da direita civil, não houve reação organizada da esquerda, muito menos articulada com João Goulart. O presidente era, então, severamente criticado inclusive por setores da esquerda.
Quem diz é Milton Pinheiro, professor de Ciência Política da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Ele é organizador e autor de um dos textos do livro O que resta da transição, que será lançado nos próximos dias.
Um dos argumentos da direita para o golpe, disseminado por jornais que apoiaram a ação, como a Folha e o Estadão, era justamente este: tratou-se de um “contra-golpe”, para salvar o Brasil do comunismo.
Pinheiro hoje mora em São Paulo, onde faz um estudo sobre a direção do PCB no exílio, no eixo Paris-Moscou-Budapeste-Praga.
“O PCB era hegemônico na esquerda naquele período [do golpe], como o PT foi até a eleição de Lula”, lembra Pinheiro.
Ao longo da ditadura, o partido nunca apoiou a luta armada. Pelo contrário, sempre pregou o aliancismo, ou seja, a formação de frentes políticas para combater o regime e apoio a candidatos do MDB, de oposição.
No entanto, nos estertores da ditadura o partido sofreu um ataque devastador, organizado a partir do I Exército, em São Paulo.
“Os números do ataque ao PCB são extraordinários. Teve 1.300 militantes presos e processados, em 868 processos. Teve quase 5 mil exilados para várias partes do mundo, em especial para a França, Portugal, Itália, Inglaterra, mas também para o Leste Europeu. E teve, a partir de 1974, 40 mortos, dos quais dez membros do comitê central, que era a direção do partido”, resume Pinheiro.
“Foi uma decisão política da ditadura, através da Operação Radar, de 1974 a 1976, liquidar o PCB antes do processo da abertura tutelada que o regime tentou fazer”, avalia.
Em outras palavras, os militares trataram de desarticular a esquerda antes de promover a abertura “lenta, gradual e segura”.
Na entrevista abaixo, o professor diz também que “apenas no Brasil” a reforma agrária – proposta de João Goulart em 64 que tinha grande apoio popular – é vista como algo subversivo, quando na verdade reforça o capitalismo ao distribuir propriedade.


Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/milton-pinheiro-golpe-comunista-em-1964-e-fabula-que-nao-tem-base-real.html 

domingo, 30 de março de 2014

Os cabelos da Coréia do Norte e o falso jornalismo brasileiro.

Os cabelos da Coréia do Norte e a falência do jornalismo

Receita prática e rápida de jornalismo barato: pegue uma notícia esdrúxula numa agência de notícias qualquer, adicione uma dose generosa de pimenta sensacionalista, bata tudo no liquidificador e sirva, sem filtrar, para que os desavisados saiam por aí papagaiando para ajudar a mídia a vender mais notícia barata. A última foi o que a mídia nacional noticiou, ou, ecoou: “homens são obrigados a usar o mesmo corte de cabelo na Coréia do Norte”. Quando vi tal notícia no telejornal mais visto do Brasil, eu, escaldado pela gloriosa velha mídia, comentei com quem assistia comigo: quer apostar que essa notícia é falsa? Fui à internet e não deu outra: não há confirmação alguma sobre a veracidade da notícia, que partiu da BBC.
O curioso é que a senha para o desmonte do factoide está na própria notícia disponível no site da BBC, na base da malandragem da “uma fonte ouvida”; ou: “há relatos conflitantes”. Bom, essa coisa de “fonte”, a vaca sagrada do jornalismo (para o bem ou para o mal), é tão confiável como aquela fofoca que você ouviu a respeito do seu chefe a partir do relato do seu colega, que ouviu do vizinho, que ouviu do amigo de um primo que é muito amigo do irmão do chefe. Tudo fonte fidedigna, claro, não importa que você não tenha entendido bulhufas sobre a engenharia da rede de informação do colega. 
Voltemos aos cabelos da Coréia do Norte. Pesquisando um pouco mais, você descobre que alguns poucos - porém criteriosos -  informativos desconfiam da tal notícia. O jornal israelense Haaretz, por exemplo, lembra que as extravagâncias do líder norte-coreano Kim Jong-un e mais as dificuldades de se verificar a veracidade da notícia num regime fechado como a Coréia do Norte, dá margem a toda sorte de “criatividade jornalística”.  O que existiria de fato – segundo relatos, frise-se – seria uma campanha na Coréia do Norte para que os homens não usem cabelos compridos. E só. Tal informação teria surgido em 2008 quando o jornal japonês (epa!) Mainichi Shimbun, sem citar fontes críveis, teria noticiado que Kim Jong-il (pai de Kim Jong-un), que adorava basquete, teria torcido o nariz ao ver jogadores de um time norte-coreano de cabelos compridos. “Isso é time de homens ou de mulheres?” - teria comentado o ex-líder norte-coreano, falecido em 2011. Logo após aquele jogo de basquete, o governo teria espalhado avisos (ninguém sabe informar se é proibição ou orientação) em locais de trabalho para que homens evitassem usar cabelos compridos. Em seguida, um viral na internet passou a espalhar a “notícia” que a Coréia do Norte havia liberado apenas 28 tipos de cortes de cabelos – 14 para homens e 14 para mulheres; a “Radio Free Ásia”, que é bancada pelos EUA (epa! epa!), fala em 10 cortes para homens e 18 para mulheres. Uma pequena divergência ante um contexto tão idôneo, criterioso e relevante com que o jornalismo ocidental presenteia a humanidade, não?! 
Moral da história: com dez minutos de pesquisa na internet, foi fácil para um usuário de computador verificar o contraditório que afronta o factoide. Se a velha mídia – com toda sua estrutura (financeira, humana, estrutural e técnica) – é incapaz, ou melhor, não faz questão alguma de verificar isto, é sinal que, para a indústria da informação, a verdade factual se tornou, há um bom tempo, subproduto descartável ante a facilidade de se inventar, manipular e vender uma notícia turbinada para ficar atraente. E se o jornalismo irresponsável tem tal facilidade é porque sabe que, na outra ponta, a maioria das pessoas acatará como verdade – esmagando a minoria com senso crítico que ainda teima em prezar o bom jornalismo e gritar por ele.
Fontes:
Matéria na BBC:
Matéria ecoada pelo Jornal Nacional, da Globo:

Haaretz questiona a notícia: 

Fonte:  http://jornalggn.com.br/noticia/os-cabelos-na-coreia-do-norte-e-o-viral-que-mereceu-jornal-nacional

Globope e Datafalha a caminho

Documentário - O dia que durou 21 anos, de Camilo Galli Tavares

Mensalão tucano: dois pesos e duas medidas presentes nos julgamentos.

ENTRE A JUSTIÇA E A FARSA

Depois da vitória correta de Azeredo no STF cabe perguntar por que os réus da AP 470 não tiveram o mesmo direito


Ao decidir, por 8 votos a 1, que Eduardo Azeredo deve ser julgado  em Minas Gerais  pelas denúncias ligadas ao mensalão tucano, o Supremo fez a opção correta entre a farsa e a justiça.

A farsa, como se sabe, consistia em negar a Azeredo o direito de ser julgado em primeira instancia – e depois pedir um segundo julgamento  em caso de condenação, como a lei assegura a todo cidadão sem prerrogativa de foro  – apenas para manter um teatrinho coerente com a AP 470.

Eduardo Azeredo teve seu direito reconhecido pacificamente, por 8 votos 1, placar tão folgado que desta vez não se ouvirá o coralzinho de quem culpa os “dois ministros da Dilma” por qualquer resultado que não lhe agrada. 
 Em nome da mitologia em torno do “maior julgamento da história” se poderia querer repetir uma injustiça por toda a história.
 Assim: já que nenhum réu ligado ao PT teve direito a um julgamento em primeira instância, o que permite a todo condenado entrar com um recurso para obter um segundo julgamento, era preciso dar o mesmo tratamento a pelo menos um dos réus ligados ao PSDB.
 Para esconder um erro, era preciso cometer um segundo – quando todo mundo sabe que isso não produz um acerto, mas apenas dois erros.
 Com decisão de ontem ficou um pouquinho mais fácil reconhecer  um fato que já é reconhecido por um número crescente de estudiosos, de que a AP 470 foi resolvida como um julgamento de exceção.
 Nas fases iniciais das duas ações penais,  não custa lembrar, o STF deu sentenças diferentes para situações iguais, o que sempre pareceu escandaloso.
Desmembrou o julgamento dos tucanos. Apenas réus com mandato parla
mentar – Azeredo e o senador Clésio Andrade – ficaram no Supremo.
 O mesmo tribunal, no entanto, fez o contrário na AP 470. Todos – parlamentares ou não -- foram julgados num processo único, num tribunal único.
 Mesmo quem não tinha mandato parlamentar  foi mantido no STF, onde as decisões não têm direito a recurso e, apenas em casos muito especiais, é possível, entrar com os embargos infringentes.
Mesmo assim, na AP 470 havia até o risco, como se viu, de negar embargos, não é mesmo?
 Ao decidir que o ex-deputado mineiro deve ser julgado nas regras que a  Constituição e a jurisprudência  sempre asseguraram  a todos os réus em situação semelhante – a única exceção foi o notório Natan Donadon, com  várias particularidades – o STF  coloca outro debate em questão.
 Se Eduardo Azeredo terá direito – corretamente -- a um segundo julgamento, caso venha a ser condenado, por que os réus da AP 470 não podem fazer o mesmo?

Essa é a pergunta, desde ontem. Se os réus da AP 470 não tiveram direito a um novo julgamento -- seja através de uma revisão criminal, seja na Corte Interamericana de Direitos Humanos -- teremos a confirmação da farsa dentro da farsa, a exceção dentro da exceção. Tudo para os amigos, nem a lei para os adversários.
 Fonte: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/354703_ENTRE+A+JUSTICA+E+A+FARSA

Ibope também mente descaradamente.

Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada

27 de março de 2014 | 18:53 Autor: Fernando Brito
ibopeduas
Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.
Seis dias depois, uma “outra” pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%…
Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia…
É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.
A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.
Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado,mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.
Reparou?
Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.
A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.
Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.
Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma…
O boato, portanto, não saiu do nada.
No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.
Uma, “sem dono”, que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.
Outra, encomendada pela CNI apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.
Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?
O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?
Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das “duas” pesquisas.
Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo  - inconsistência estatística.
Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.
Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.
 PS. Por erro do blog, o senador Césio Andrade foi identificado como presidente da CNI. Não é, é da CNT, Confederação Nacional dos Transportes.  O texto está corrigido, agora.

Fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=15948

SIEGRID INGRID - Your Trivial World - ao vivo no Fúria MTV 23/09/00

Pink Cream 69 - Seas of Madness - Sonic Dynamite.wmv

King Diamond - House of God 2000 (Full Album HQ)

Filme - De Passagem (2003)

quinta-feira, 27 de março de 2014

"Tudo sobre a ditadura". A infeliz série jornalística do Estadão.

Na série da Folha sobre ditadura, entrevistados suavizam o regime


A Folha de S.Paulo não está sendo feliz na série “Tudo sobre a ditadura militar”, iniciada ontem, e na qual publica reflexões de líderes de destaque nacional sobre o golpe e a ditadura militar de 64. Ou, então, o jornal pretende seguir uma linha editorial na série que, ainda que ele não venha a assumir, procura justificar aquela famosa definição dele, de que o Brasil teve uma “ditabranda” e não uma ditadura feroz, que quebrou a legalidade, depôs um governo constitucional, perseguiu, prendeu, torturou, matou e desapareceu com corpos de seus adversários.
O entrevistado de ontem, que estreou a série, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, disse ao jornal que só pequenos grupos e não a maioria nas Forças Armadas queria a ditadura, mas depois perderam o controle do processo e o regime virou ditatorial. FHC repetiu, também, um dos pretextos invocados pelos golpistas: deram o golpe antecipando-se porque o país temia que o governo João Goulart – Jango – desfechasse antes um contragolpe à esquerda.
Hoje o entrevistado da série da Folha é o ex-deputado, ex-senador, ex-ministro e jurista Célio Borja, do Rio. Célio Borja pontifica em suas reflexões dizendo que o Brasil não teve uma ditadura, mas sim um regime forte, uma regime de plenos poderes”. E que ele, líder da ARENA (partido de sustentação do “regime de plenos poderes”) e presidente da Câmara no governo Geisel tornou-se um estuário dos que denunciavam tortura nas masmorras do regime.
Borja diz que cúpulas militares não sabiam de tortura
Célio Borja garante: ele levava as denúncias em frente, ao general Golbery do Couto e Silva e a outros próceres do regime e eles e os militares se surpreendiam porque não sabiam e não acreditavam que houvesse tortura. Mas hoje já está provado que aquele política do Estado repressor, de um regime que até matava os adversários, obedecia a uma cadeia de comando que vinha da alta cúpula militar e que era uma política de Estado…
A origem e atuação política do dr. Célio Borja explicam sua amena e peculiar visão sobre a ditadura. Dr. Célio não surpreende. Ele presidiu e Câmara e foi líder da ARENA no governo do general Geisel. Começou na política e foi ativo militante da UDN, o partido golpista que como não conseguia chegar ao poder pelo voto, rondava quartéis e não sossegou enquanto não os levou a dar o golpe. Borja foi,também, ministro da Justiça do governo Collor.
Célio Borja, também foi lacerdista, atuou na gestão do governador do extinto Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos líderes civis do movimento que depôs Jango e que entrou para a história como um dos mais ativos conspiradores pró-golpes no Brasil.

Fonte:http://www.zedirceu.com.br/na-serie-da-folha-sobre-ditadura-entrevistados-suavizam-o-regime/ 

terça-feira, 25 de março de 2014

Amor por Anexins de Artur Azevedo.

http://www.psb40.org.br/bib/b79.pdf

Dokken - Under Lock And Key - 1985 - (Full Album)

Dzi Croquettes de Tatiana Issa e Raphael Alvarez. Filme completo.

Mensalão cada vez mais mentirão.

Destruction - Live At Wacken 2007 [Full Concert]

Festival de bizarrices em nome de Deus e da família!

Marcha tem apelo à tortura e 'Caça aos Corruptos'

Diferentemente do ato original, nem Deus nem a família compareceram desta vez, com a exceção de dois seminaristas imberbes. Por Laura Capriglione
por Laura Capriglione — publicado 23/03/2014 08:57, última modificação 24/03/2014 16:35
Fotos: Joseh Silva
Deus não deu o ar da graça na Marcha Com Deus pela Família e a Liberdade 2, realizada no sábado 22 em São Paulo. Se há cinquenta anos a Marcha original contra o comunismo e o governo do presidente João Goulart (1919-1976) contou com o apoio militante dos hierarcas católicos, secundados por milhares de mulheres rezando o terço, a de 2014, contra o PT, Dilma, Lula e, é claro, o comunismo, teve de se contentar com dois seminaristas imberbes – as duas únicas batina vistas —, uma réplica em resina da imagem de Nossa Senhora Aparecida e um pôster barato de Nossa Senhora de Fátima.
A Família brasileira também faltou. Em 1964, centenas de milhares estavam presentes na Marcha. Desta vez, se muito, foi uma marchinha. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes reuniram-se na Praça da República (centro de São Paulo), de onde saíram em caminhada para a Praça da Sé. “Dilma e Lula vão pra Cuba que os Pariu”, rezava uma faixa.
Não faltou, entretanto, fervor, fantasia e gritaria. Tinha advogado de PM que participou do Massacre do Carandiru protestando contra uma tal “emasculação da polícia pretendida pelo PT”, militante anti-aborto e anti-gay da organização Pró-Vida (“o PT odeia a família”), homens de terno com aventalzinho (eram maçons golpistas), gente embrulhada em bandeira brasileira, com camisetas militares de camuflagem, carecas (skinheads), uma dupla de lésbicas fascistas com o cabelo cortado à la capuchinho (elas não explicavam por quê), homens vestidos de caubóis texanos (chapelão e botas).
“Intervenção Militar Já” repetiam os oradores da manifestação, que se desfaziam em aplausos e gritos de apoio ao ver o helicóptero da Polícia Militar sobrevoando seu grupo. Ou quando um militar da reserva subia ao palanque para uma peroração anticomunista.
Como a que fez o coronel Ricardo Jacob, da reserva da PM, um dos mais aplaudidos da marchinha, defensor da tortura como método de obtenção de informações: “Porque, na moral, falando, conversando, ninguém fala a verdade”.
Amanda de Jesus Almeida, de 23 anos, estudante de ciências contábeis, lamentou não conhecer o hit parade do hinário cívico brasileiro, ali tocado à exaustão. Diante do Hino da Independência, o “Já Podeis da Pátria Filhos”, ela, que não sabia a letra, reclamava do “nível de ensino”. “Eu não tive aulas de Educação Moral e Cívica. Hoje, nas escolas, a juventude só aprende a ser gay, ateu e a fazer aborto”.
A falta de gente era compensada pela sonzeira que vinha de caixas acústicas poderosas, instaladas em um ônibus pintado de preto e em um trio elétrico igualmente pintado de preto. Repórteres cobrindo a manifestação apelidaram os dois veículos de “caveirões”, alusão aos veículos blindados usados pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, a Tropa de Elite do Rio.
E parecia mesmo. Decorava um dos veículos uma enorme faixa verde e amarela em que se via uma caveira sinistra, sorrindo. Atravessada por dois rifles, a imagem da morte ainda ostentava boina militar bordada com as letras CCC.
Para quem não sabe, CCC é o nome de um organização de extrema-direita que ficou famosa durante a ditadura como tropa de assalto. Em 1968, por exemplo, invadiu e espancou o elenco do espetáculo Roda Viva, que estava em cartaz no Teatro Ruth Escobar. O CCC original queria dizer Comando de Caça aos Comunistas. O de ontem era traduzido por Comando de Caça aos Corruptos.
Foram cerca de 20 execuções do hino nacional, incluindo uma versão em ritmo de forró em um trajeto 1.900 metros entre a República e a Sé. “Não existe nada mais lindo do que isso”, repetia o apresentador do evento, de cima do caveirão.
Gabriela Vitória Alexandre de Souza Lima, 18 anos, estudante de gestão comercial da FMU, cantava com os olhos fechados, mão no peito, como em um louvor religioso. Ela foi ao ato levada pelo pastor da Comunidade Evangélica Paz e Bênção, do Jardim Grimaldi (zona leste), que lhe disse que o PT pretende fechar todas as igrejas evangélicas do Brasil. “Tenho certeza de que a Dilma quer fazer isso como forma de calar o povo.”
Na frente da Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, o carro de som exumou a marchinha “Eu te amo meu Brasil”, exaltação do chamado “Brasil Grande” pregado durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici. Senhores na casa dos 60 anos voltaram ao baile da escola. “Foi a aurora da minha vida. Ninguém segura a juventude do Brasil”, emocionou-se Cleide Fonseca Brunoro, 65 anos, camiseta militar camuflada, shorts e botinha de salto. Bem iê-iê-iê.
Mas havia um medo no ar. Ali, bem perto, os comunistas – sempre eles –, os vermelhos, os black blocs, os baderneiros, os petralhas, faziam a sua passeata. Chamada “Antifascista” a manifestação dos esquerdistas juntou mil pessoas segundo a PM. O receio era que as duas turmas se encontrassem em algum ponto. Seria pancadaria certa.
A Marcha com Deus tinha a sua tropa privada de proteção. Carecas musculosos, de coturnos, anéis com a imagem da cruz de ferro (símbolo germânico popularizado durante o nazismo), ataduras na mão direita (à moda da proteção usada pelos lutadores de muai thai), carregando grossos canos de ferro na ponta dos quais penduravam-se bandeiras azuis, andavam em formação nos extremos da caminhada da direita.
Comandava-os com gestos bruscos um fortão com o cabelo liso emplastrado de gumex, franjinha para o lado, escovinha atrás. E um bigode. “Hitler veio?”, provocou o professor Gumercindo Almeida, de 35 anos, quando o caveirão subia a rua Xavier de Toledo aos gritos de “Deus, Pátria, Família”.
Foi uma hora tensa. Dois rapazes magros, camisas brancas abotoadas até o pescoço, abriram na frente da passeata uma enorme faixa preta em que se viam letras góticas brancas. Nazistas também? Os fortões carecas foram ver o que estava escrito. E confundiram-se. De trás para diante, como se em um espelho, a faixa dizia “Esta imagem está invertida”. Era um divertido protesto punk antifascista. Os dois foram postos para correr por um armário humano com camiseta em que se lia: “Brigadas Integralistas”.
As duas passeatas não se cruzaram. Mas os punks anarquistas, em sua luta eterna contra os skinheads a quem chamam de fascistas, não deixaram barato. Já na Sé, um dos caveirões instalado em frente à escadaria da igreja, abriu-se a faixa verde e amarela “O Brasil não é colônia de Cuba”.
Foi então que uma garota punk solitária sacou sorrateiramente o spray vermelho e pichou a faixa. Flagrada, foi correria de savana africana, a menina caçada pelos grandalhões carecas. Mas ela escapou. Ufa!
Porta-voz dos carecas, o jornalista, radialista e pastor evangélico Kleber Ricardo, de 40 anos, dizia que seu grupo retirava inspiração nos ensinamentos de Plínio Salgado (1895-1975), representação do fascismo no Brasil. E prometeu que este foi apenas o primeiro ato. “O bebê nasceu hoje”, fazia-lhe coro o locutor de cima do caveirão.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/marcha-da-familia-tem-caveirao-apelo-a-tortura-e-comando-de-caca-aos-corruptos-563.html