Bem, como diria Rousseau, devo ter um apreço pelas pessoas que me cercam e que acabo de conhecer, mas devo ter um apreço maior pela verdade. E me furtar a dizê-la pode ser mais prejudicial a um número maior de pessoas...
Visto isso, devo dizer que muito relutei em escrever esta postagem, mas não posso deixar minha obrigação de lado, mesmo sabendo que determinadas figuras da sociedade uberlandense podem me rechaçar após tão ingrata tarefa.
Sexta-feira, 16 de Agosto de 2013, pude presenciar, no Armazém Literário, elemento até então desconhecido por mim na cidade em que agora resido, o colóquio de um tradicional jornalista da cidade. Não me recordo de todo seu nome, o que pode soar desrespeitoso, porém, como apenas entrei em uma livraria e fui convidado pelo proprietário a presenciar a fala do comunicador, mereço o perdão necessário. Lembro-me de que seu primeiro nome é Ivan e que possui uma coluna fixa no jornal da cidade.
Pude, em tal ocasião, presenciar, de maneira enojada, uma pseudo elite intelectual da cidade em um livre debate que ao contrário de visar uma melhoria e progressão incessante da mesma, preocupa-se, na verdade, em apenas manter as coisas como estão.
Como pano de fundo, o velho argumento da classe média de apartidarismo, mas desta vez disfarçado. Um discurso imoral exposto por quem quer manter Uberlândia livre de pessoas que não podem pertencer à mesma classe social dos supostos elementos que visam o bem da sociedade. O mesmo discurso reacionário sempre utilizado por quem não gosta de observar a ascensão das camadas mais baixas ao mercado consumidor. Falas vazias sobre o materialismo dialético... enfim, uma camada insuperável de absurdos. Havia apenas uma senhora, médica, a qual não pude conhecer de fato, por isso também desconheço seu nome, que se colocou como fronteira ao pensamento burguês dominante no local, porém, quando seus questionamentos passaram a incomodar a figura central do evento, logo foi colocada para mediar a mesa e por este motivo não pode mais fazer perguntas.
Me retirei do evento quando o personagem central do debate se dirigiu ao senhor Ex- Governador do Estado de Minas Gerais, Rondon Pacheco, como um herói político. Basta lembrarmos que o ex-governador não foi eleito democraticamente, sendo colocado no poder pela ditadura civil militar e, sob seus comandos, governadores de todos os Estado brasileiros foram igualmente colocados no poder, ou seja, o senhor Pacheco elegeu os governantes do país, além de ser líder político de homens com Antônio Carlos Magalhães, na Bahia.
Deprimente, mas verdadeiro. Pobres de Uberlândia, camada social da qual não deixo de fazer parte, façam sua parte, pois se dependermos nos maiores bolsos para que nossas vidas sejam mais valorizadas, o que nos espera é a tragédia...
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