terça-feira, 5 de novembro de 2013

A VEJA dá moral pra um ser como esse, onde a maior farte da população se fode pra viver e ainda tem um bando de cabaços que adoram essa publicação!

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Os black blocs não representam os menos abastados.

Nem black nem bloc – Marco Aurélio Nogueira

Muitos dos que quebram e destroem são jovens revoltados com a vida infame da periferia, ou outros que procuram algum futuro além do shopping Center

A ação é tão caótica e contundente que é como se somente eles estivessem nas ruas. Além da polícia, claro, seu alter ego. São tão performáticos e agressivos, tão sem agenda e voz coletiva que geram a sensação de que as massas não existem. A violência que praticam não gera comunidade ou democracia, mas seu oposto. Ataca o sistema e seus ícones, mas não os põe em xeque, antes os reforça. Empurra as pessoas de volta para casa, longe das ruas politizadas por junho de 2013.

Nunca se falou tanto em black bloc, essa “tática” clonada da Europa que parece tomar conta das grandes metrópoles brasileiras de uns meses para cá. Não sabemos quase nada do fenômeno. Há duas versões típicas na praça. Uma faz a crítica do movimento como hostil à democracia, desmobilizador e desagregador. Outra faz seu elogio, escancarado ou dissimulado. Afirma que a violência black bloc é fundamental para tirar as massas da letargia, chamar às falas os partidos de esquerda e revelar a face brutal do Estado, ou que é expressão da iniquidade social, uma reação defensiva que protege as massas.

A estética black bloc adere na vida que temos. Seus seguidores querem ser vistos como vanguarda da luta contra o capital, a ala mais intransigente da contestação, aqueles que tirarão as massas do pacifismo que não perturba a ordem nem abala as instituições. A ação não traz consigo direitos, causas ou utopias, somente o fim dos tempos. Não leva rigorosamente a lugar nenhum. Reforça o sistema, em vez de miná-lo. É, na verdade, o efeito colateral de uma vida bloqueada, sem esperança, sem utopia, individualizada e fragmentada, de uma sociedade em que a violência entrou na corrente sanguínea, de um Estado pouco eficiente, de uma cultura que homenageia o espetáculo, mas não se complementa com uma ética pública consistente. Produto das contradições de um capitalismo sem freios e do descontrole que afeta a vida coletiva.

Mas nem tudo que verte sangue nas ruas é ação black bloc. Nem todos os que batem e quebram seguem a eventual filosofia de vida que lhe é típica. Muitos são revoltados, gente que quer dar um basta à vida infame que leva na periferia ou que deseja visualizar algum futuro além dos shopping centers. Podem até existir alguns “riquinhos” que aproveitam o pique para descarregar hormônios reprimidos ou mal utilizados.

Não havia black blocs na rodovia Fernão Dias, em São Paulo. Mas havia muita revolta, indignação, ressentimento e medo. Adrenalina de sobra para enfrentar a polícia, pois a polícia é um dos piores pesadelos das periferias urbanas, onde entra sem pedir licença, sem dialogar, matando com espantosa facilidade.

Não se precisa de black blocs para que se extravase o que está armazenado nos porões das periferias, carências e sofrimentos que se misturam com criminalidade, drogas e miséria. A desesperança alimenta desejos de vingança, protestos imprecisos contra tudo que representa ordem e autoridade. Porque a ordem e a autoridade que se apresentam ali não nasceram de nenhuma construção, não são de modo algum “amigáveis”.

É uma situação que afeta a todos, mas fere sobretudo os mais jovens. Mata-lhes o futuro, convida-os a fazer cálculos existenciais negativos. É por isso que são eles que se jogam contra a polícia, que queimam e destroem. Encontram assim formas de lutar por reconhecimento, de aparecer, de adquirir uma identidade que a vida lhes rouba, de exigir uma atenção que lhes é negada. Ou será que há alguma política para eles, algum braço do Estado que não seja o da polícia? A democracia política não lhes faz muito sentido, pois seus resultados não são palpáveis, não são decodificados. Quem atua nas periferias como agente democrático? Agem ali operadores e associações de outro tipo, algumas delas especializadas em fomentar violência.

A violência explode sempre que a política soluça, a democracia não encorpa como valor e os governos não produzem resultados. Anda junto com a exclusão, o crime, a exploração. Não há como sumariamente suspendê-la. Em épocas de má política e muito espetáculo, a necessidade de dizer “não aguento mais” conflui para a busca de um lugar que dê visibilidade. É uma via torta, contraproducente. Mas há um tipo de política nela, que precisa ser compreendida. Até para que não se ative uma espiral de violência que a ninguém beneficiará.

Como apagar o rastilho? Certamente não com mais polícia. Pactos e entendimentos são recursos cívicos eficazes, atos que celebram a cooperação para a conquista de coisas comuns, no caso, políticas públicas e direitos. Se forem sérios, generosos e tiverem qualidade, vencem. Temos deficiências nessa área, mas sempre se pode tentar superá-las. Poder-se-ia começar, por exemplo, com um pacto intraestatal: situação e oposição, União, Estados e municípios trabalhando juntos, em nome de um plano de recuperação das periferias, de desmilitarização da polícia, de valorização das escolas, gestos que deixem claro que se quer de fato fazer alguma coisa. Sem isso, será difícil que se avance.

*Marco Aurélio Nogueira é cientista social, Diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da UNESP e acaba de lançar As ruas e a democracia - ensaios sobre o Brasil contemporâneo (Contraponto)

Fonte: O Estado de S. Paulo / Aliás

Elites não querem ceder em nada: real estrutura do aumento do IPTU em São Paulo

Zelic: Escarcéu do IPTU prova que elites não querem ceder nada

publicado em 2 de novembro de 2013 às 17:14

por  Marcelo Zelic, especial para o Viomundo
A cidade de São Paulo possui mais de 11 milhões de habitantes, distribuídos em 96 distritos.
Nos últimos dias muito se tem debatido sobre o aumento do IPTU na cidade de São Paulo. A discussão tem sido feita como se os dados sobre o aumento por distrito fossem todos iguais.
Segundo uma tabela publicada aqui mesmo no Viomundo, 50% dos 96 distritos do município não foram afetados pelo aumento do IPTU.
Isto é:  25 distritos sofreram redução de IPTU (variando de –0,6% a –12,1% de desconto); 23 foram reajustados na faixa da inflação anual, sendo que destes somente 4 foram reajustados na casa dos 5%; 19 tiveram reajuste abaixo da inflação; 14 tiveram aumento que varia de 6,6% a 9,8%.  Apenas 34 distritos sofreram reajuste superior a 10,5%, sendo 19,8% o teto.
Só que os dados assim apresentados não mostram com clareza a justeza da proposta aprovada na Câmara Municipal.
Por isso, resolvi cruzar a faixa de aumento com o número de habitantes por distrito e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada localidade.
Cheguei à  conclusão que, muito diferente do que vem sendo veiculado na imprensa, o aumento do IPTU da forma proposta pelo governo Haddad, traz elementos importantes para o desenvolvimento de uma política distributiva.
Peguemos o caso dos  34 distritos que tiveram aumento superior a 10,5%. Pois em 25 deles, o IDH é muito elevado. Correspondem a 67,65% dos distritos desta categoria de aumento, sendo que os 9 que não estão nesta lista possuem IDH elevado conforme a tabela abaixo.

Conforme o quadro abaixo, a população da cidade de São Paulo beneficiada com a fórmula adotada pela prefeitura Haddad (tiveram redução do valor ou somente a correção da inflação) é de 64,24%, ou seja, pouco mais de 7,2 milhões de habitantes da capital. Somados àqueles que tiveram aumento inferior a 10% chegamos a 77,2% da população que não tem porque reclamar do aumento do IPTU levado a efeito pela prefeitura.

Moro, por exemplo, no mesmo bairro que o prefeito Haddad, somos vizinhos e vamos arcar com um aumento de 19,8% no valor do IPTU.
Porém, em nosso distrito o lixo é recolhido todos os dias, o caminhão que recolhe lixo reciclável passa duas vezes por semana, o policiamento é ostensivo e nada violento com a população do bairro, as ruas são recapeadas sistematicamente (e isso desde que moro aqui), a luz falta muito pouco e quando falta é de forma programada e normalmente volta dentro do estabelecido no comunicado.
Além disso, a  água diminui a pressão à noite, mas é raro faltar, o bairro é todo iluminado, possuímos parques próximos, várias opções de supermercados de médio e grande porte, alguns 24 horas, feiras em quase todos os dias da semana, farmácias 24 horas aos montes, metrô à mão e toda infraestrutura de lazer, com cinemas, bares, restaurantes e lanchonetes e etc…
É preciso frisar que mesmo nos distritos de maior IDH, como o que eu vivo com minha família e vizinhos, as residências de valor inferior a 160 mil reais estarão isentas. De modo que os 19.8% não são aplicados, por exemplo, às poucas favelas e pequenos comércios que existem por aqui.
Isto mostra o acerto distributivo da gestão Haddad na formulação da recomposição do imposto IPTU em nossa cidade. O escarcéu que está sendo feito por setores privilegiados de nossa cidade só mostra porque vivemos em um país profundamente violento e desigual. As elites não querem ceder nem uma fração de seus privilégios.
Imagine se houvesse uma atualização real do valor venal das casas e apartamentos em nossa cidade para servir de base para este cálculo?
Foi um passo importante para a nossa cidade.
Agora é preciso recompor a tarifa da condução, ampliar a frota dos ônibus, municipalizar o transporte público, afastar aqueles que se locupletam do dinheiro público e fazer com que os benefícios a todas as  regiões da cidade atinjam os patamares dos distritos com maior IDH, cujos moradores chiam hoje com o aumento do IPTU.
Marcelo Zelic é vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Coordenador do Projeto Armazém Memória

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/marcelo-zelic.html

A história contada por quem entende a história: neto de vítima de Stalin fala sobre o antigo líder.

http://www.youtube.com/v/EpnPnzKR4b4?autohide=1&version=3&feature=share&autohide=1&attribution_tag=bKx30WoBZoVprzwF_r1inQ&showinfo=1&autoplay=1

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

E agora? Que difícil em tucanada! Ter que escolher entre o horrível e o péssimo não é fácil!


kramer

Folha e Estadão: o duelo tucano, também nos jornais

2 de novembro de 2013 | 07:58

Os jornais brasileiros são difíceis de ler.
Não apenas pela má qualidade, mas sobretudo pela insinceridade política.
Não existe, no Brasil, nem o processo plural que se estabeleceu na Europa do pós-guerra – no qual, durante muito tempo, os jornais tinham uma identidade político-partidária clara e assumida – nem a prática norte-americana, onde os veículos assumem diante dos leitores suas opções eleitorais entre democratas e republicanos.
Aqui, sobrevive a lenda de uma imparcialidade que jamais existiu e, no fundo, é a pior das parcialidades, aquela em que você dissimula e encobre do leitor a orientação que rege a linha editorial.
E como a imprensa brasileira é, salvo exceções raríssimas e diminutas, toda ela de direita, comporta-se – até admito que, em alguns casos, de forma inciente – como um partido único, o pouco que se encontra de contraditório entre eles é obscuro e dissimulado como é, dentro de um partido, a luta entre tendências.
Parece que é isso o que vem ocorrendo entre Folha e Estadão, neste momento. Embora de forma errática, algumas vezes.
Folha vai, cada vez mais, assumindo uma opção por José Serra e, quem diria, o vetustoEstadão – com todas as dificuldades que lhe vêm de um candidato que não sabe criar fatos políticos ou assumir uma postura afirmativa – mantendo ainda Aécio como seu escolhido para o embate de 2014.
A Folha, mais ousada, já chegou a evidenciar isso com a “escalação” de Reinaldo Azevedopara ocupar parte do espaço mais nobre entre os seus colunistas. E ele, com grande esforço, está contendo o ódio que normalmente lhe espuma para cumprir a missão de provar que a direita precisa de um nome para chamar de seu, pois Aécio, Campos e Marina não têm densidade para tomar as rédeas do processo e defender “o lar”.
Hoje, numa longa entrevista, ela exibe um Serra pronto para o combate com o Governo, dando apenas lateralmente seus golpes sobre os “adversários” do campo conservador. Sente-se em condições, até, em usar da hipocrisia de dizer que trabalhará por Aécio, caso este venha a ser o candidato.
Quem quiser tirar dúvidas sobre essa disposição, pergunte a Geraldo Alckmin o que foi ter Serra como “cabo eleitoral” na eleição que perdeu para Kassab.
Já o Estadão, neste momento, sinaliza proteger Aécio das investidas de Serra.
Busca os “serristas” – como aliás também faz Aécio – para dizerem que é apenas intriga aquilo que é óbvio: Serra ter feito Roberto Freire bailar o PPS diante de Eduardo Campos e Marina Silva. Sugere-se, assim, é claro, que Aécio não é capaz de reter sequer um “companheiro de viagem” para a disputa eleitoral: além do PPS, foi-se o DEM – parte com Kassab, parte com Campos – e o PTB já se manifesta disposto a formar com o governo.
Sobra para Aécio – e por enquanto – o Solidariedade de Paulinho da Força, sobre o qual também Serra tem cordéis poderosos.
E esse é – além da modéstia que exibe nas pesquisas – o principal ponto fraco do mineiro: a dificuldade de formar arranjos partidários que não apenas lhe viabilizem tempo de televisão mas, sobretudo, costurem as alianças regionais de forma a não permitir que a “embolada” Campos-Marina possa sustentar-se à sua frente.
Serra vai insistir nisso, em se mostrar capaz de reunir o rebanho, como dizem os gaúchos, porque é boi sinuelo, capaz de conduzir, experiente e provado.
Folha e Estadão serão palco desta disputa.
Afinal, se a mídia é o partido da direita no Brasil, não há lugar onde a disputa partidária seja mais decisiva.
Por: Fernando Brito

Fonte: http://tijolaco.com.br/index.php/folha-e-estadao-o-duelo-tucano-tambem-nos-jornais/

mais uma do Mc'Donalds do fascimo.

#Desmistificando o Reajuste do IPTU em SP: Haddad e a esquerda de fato.

http://www.youtube.com/v/P9zC2DxNZEk?version=3&autohide=1&autohide=1&feature=share&showinfo=1&autoplay=1&attribution_tag=LkbNhn48_Ng4j2rWYxOP0Q