quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
sábado, 31 de janeiro de 2015
quem tem medo dos pelos femininos?
Por alex castrojaneiro 23, 2015 12:22
por que os pelos corporais femininos incomodam tanto, são tão ofensivos, sujos, antihigiênicos, imorais, obscenos, pervertidos?
(aliás, menos os pelos do topo da cabeça, claro: esses são considerados importantíssimos, definidores de feminilidade, dignos de gastos enormes em produtos e serviços, ao ponto que, quando ando com minha companheira de cabeça raspada, ela causa mais surpresa e consternação do que se tivesse arrancado um braço e não apenas pelos.)
o que nos assusta não são pelos, é a sexualidade feminina.
uma mulher com pelos no corpo é uma primata adulta, madura, pronta para usar e dispor de sua própria sexualidade.
naturalmente, nossa sociedade outrofóbica não pode tolerar uma liberdade dessas: metade das nossas leis e costumes ancestrais têm como objetivo explícito conter a sexualidade das mulheres.
não queremos mulheres adultas e sim seres assexuais e impúberes, sem pelos justamente nas áreas onde a existência de pelos indica maturidade, para que possamos nos enganar que, na verdade, não têm sexualidade, não têm desejos, não cagam, não suam, não gozam.
(e, naturalmente, quando esses seres impúberes, assexuais e angelicais se dignam a transar conosco, é porque somos a exceção, é porque somos especiais, como não?!)
o tabu dos pelos corporais femininos só existe pois eles são um lembrete visual e concreto de que as mulheres adultas são primatas que fodem.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2015/01/23/quem-tem-medo-dos-pelos-femininos/
O perigo da extrema direita, por Renato Janine Ribeiro
do Valor
Por Renato Janine Ribeiro
Cresce a extrema direita no Brasil. Felizmente, tirando os deputados Feliciano e Bolsonaro, tem pouca presença institucional. Mas, de duas uma: ou criará um partido novo, ou continuará numa relação ambígua com o PSDB, que lhe dá votos mas perturba a identidade.
A extrema direita não elege quase ninguém aqui. Para cargos executivos, menos ainda. Mas se fortalece na expressão de suas ideias. É fraca em poder, mas avança no berro. Para usar a expressão de Gramsci, disputa a hegemonia. Degrada o debate no país.
Durante alguns anos, PSDB e PT, representando nossa centro-direita e centro-esquerda, viveram uma aproximação na prática - ainda que ela fosse negada no discurso de ambos. Mas nos últimos anos a retórica subiu em decibéis. Temos um paradoxo: candidato, Aécio Neves prometeu continuar a política social do PT; reeleita, Dilma Rousseff adotou medidas econômicas dos tucanos. Portanto, a realidade não os afasta tanto - mas, na aparência, eles parecem estar quase em guerra. O que vale, a realidade fria ou a aparência raivosa? As políticas econômicas e sociais, ou a retórica desenfreada? a razão ou a paixão? Porque guerras favorecem os extremos.
Extremistas têm muita voz mas poucos votos
Onde é mais fácil ver a extrema direita é na internet. Ela povoa os comentários das redes sociais e das edições online dos jornais. É incrível o ódio que destila. Há poucos dias, lendo as notícias sobre o fuzilamento de Marcos Archer na Indonésia, me surpreendeu a quantidade de comentários atacando o PT, que nada tinha a ver com o assunto. A maior parte era escrita por pessoas desinformadas da realidade e desacostumadas ao cultivo da língua. Mas são veementes. Felizmente, não vão muito além do Facebook e dos blogs.
Ou não iam. Saíram da internet e foram para as ruas nos últimos meses - numa paródia, em menor, das manifestações de 2013. Pediram que os militares rasgassem a Constituição e tomassem o poder. No diagnóstico, erram. Misturam em seu ódio homossexualidade, Hugo Chávez e programas sociais. Nas suas propostas, nem percebem que o mundo atual não está para golpes. O que fariam as Forças Armadas, se tomassem o poder? Meio século atrás, os golpistas tinham uma agenda inteira montada. Os militares não tinham afeição pela democracia. Os empresários receavam os movimentos sociais, que avançavam. A economia estava em grave crise. O governo norte-americano apoiava qualquer golpe de direita na América Latina. Hoje, nada disso existe. Os extremistas são, literalmente, reacionários. Querem que o mundo recue. Não têm projeto viável.
Esse público nas ruas e na Internet vai além de seus próprios pregadores na mídia. Alguns colunistas de jornal chegaram perto de declarar ilegítima a eleição de 2014, o que é uma afirmação bastante grave de se fazer numa democracia, mas não lembro nenhum que tenha pedido a derrubada do governo eleito. Entre os ideólogos e seus seguidores que foram às passeatas ou escrevem em blogs, há uma distância. Os primeiros são mais informados, mais inteligentes. Os segundos, não. Apenas radicalizam.
Mas um problema sério é que essa extrema direita, que tem votado no PSDB nos momentos decisivos, pressiona nosso partido que porta em seu nome a social-democracia - uma denominação típica da esquerda - a ir para a direita. E isso traz alguns resultados. Assim se entende o uso do aborto na campanha tucana em 2010 ou a ênfase de Alckmin numa política repressiva de segurança. Esse fato cria problemas de identidade no PSDB, reduzindo o peso do passado glorioso de Montoro, Covas, Ruth Cardoso. É óbvio que FHC não deve se sentir confortável com esse avanço dos extremismos.
Pode essa extrema direita, que é mais forte em São Paulo, mas cujo tamanho exato ninguém no Brasil é capaz de mensurar, alterar a natureza do PSDB? Não me parece provável. Ela deve manter seu papel de aliada subordinada. Presta o serviço de destruir imagens petistas e recebe alguma compensação midiática por isso. Mas é uma aliada incômoda. Não gosta dos direitos humanos, com os quais o PSDB histórico tem um forte compromisso. Não gosta dos programas sociais, dos quais os tucanos não querem ou não podem abrir mão.
Pior, a extrema direita carrega o risco de convencer demais. Ela ajuda o PSDB na medida em que reforça o antipetismo de parte razoável do eleitorado - mas, se crescer em votos, pode fazer os tucanos perderem os votos de seus eleitores iluministas e, pior, tornar-se dominante em algumas seções regionais do PSDB, o que poria o partido em sério risco.
Há outra possibilidade, para a qual me alertou o cientista político português Álvaro Vasconcelos, ora professor visitante no IRI da USP. Sem o PSDB, a extrema direita pode se tornar um partido próprio, e este pode ganhar força. É o que sucede na Europa. A Frente Nacional ameaça a política francesa há anos. Tem uma votação elevada, embora o sistema eleitoral francês traduza esses sufrágios em pouquíssimos cargos de efetiva significação.
Mas essa é uma possibilidade remota. Como a extrema direita brasileira, dado o seu exacerbado antipetismo, acaba apoiando o PSDB, ela não se organiza para tomar o poder. Prefere operar nas laterais. Sabe que - hoje - teria poucos votos, se disputasse as eleições para valer. Mas é preciso fazer constantemente o balanço do que é melhor para o país e para os tucanos - se é a extrema direita continuar subordinada, sem voz independente mas podendo minar um partido sério, com história e com futuro, ou se é ela adquirir voz e identidade próprias, com o risco de crescer mais. Porque o atual, talvez crescente, desencanto com os políticos favorece aventuras.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/o-perigo-da-extrema-direita-por-renato-janine-ribeiro
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Quem é Alexis Tsipras, o líder grego que tem uma foto de Che no gabinete
Longe vão os tempos em que Alexis Tsipras era apontado como um “perigoso bolchevista”. O líder da oposição grega e da Coligação de Esquerda Radical (vulgo Syriza) continua a ter o retrato de Che Guevara no seu gabinete e não seria de estranhar que o levasse para a sede do Governo, caso se torne no próximo primeiro-ministro da Grécia. Uma aparente inevitabilidade histórica, como demonstram todas as sondagens sobre as eleições legislativas antecipadas de 25 de janeiro.
O antigo engenheiro civil é um homem de convicções e tem uma tal admiração pelo herói da revolução cubana que um dos nomes do seu filho mais novo é precisamente Ernesto. O passado comunista de Tsipras, a sua agenda política e a hipótese da Europa ter um Governo de extrema-esquerda é algo que ainda parece incomodar muita gente. A começar pelos principais credores da Grécia.
O país deve mais de 300 bilhões de euros e o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o FMI estão preocupados com um eventual calote de um futuro governo grego sob Tsipras. Deve-se acrescentar entre os preocupados a Alemanha, principal crítica das intenções de Tsipras suspender os programas de ajustamento impostos nos últimos cinco anos.
Nascido em 1974, ele entrou na adolescência para a ala jovem do Partido Comunista, o último bastião do stalinismo na Europa Ocidental. O colapso da União Soviética desorganizou o partido e Tsipras saiu para se unir ao Synaspismos, a “Coalizão de Movimentos e Ecologia Esquerda”, o maior partido dentro do Syriza — bloco formado em 2004.
No ano seguinte Tsipras concorreu como candidato do partido para prefeito de Atenas, e sua forte presença, especialmente com os eleitores jovens, impulsionoua legenda para o seu primeiro sucesso nacional nas eleições de 2007. Em 2008, foi eleito presidente do partido.
Se sua formação política está na tradição marxista, ele e seu partido (como tantos outros na Europa) tiveram de lutar para forjar uma identidade pós-comunista. Nesse processo, verdes, feministas e outros liberais sociais precisaram encontrar uma agenda comum. A legenda também disse ter ligações com anarquistas, cujos protestos espetacularmente destrutivos foram os primeiros sinais da grave crise grega no final de 2008.
Ao contrário da crença generalizada, Tsipras não é a favor da Grécia sair do euro. Sua retórica, ao contrário, foi ficando cada vez mais pró-Europa nos últimos anos.
Ele também defende medidas que soam mais sinceras vindas dele do que dos partidos que presidiram o país durante seus os longos anos de corrupção e declínio: supressão de dezenas de benefícios fiscais; aumento das receitas através de impostos sobre donos de embarcações e a busca por um acordo especial com a Suíça para tributar as contas de gregos ricos.
“Temos de parar de tributar a pobreza e começar a taxar os ricos e a evasão fiscal”, diz ele.
Em 2012, durante visita à Alemanha, Tsipras pediu que Berlim pare de tratar a Grécia “como um protetorado”.
Parte essencial de seu discurso, que ao mesmo tempo critica a União Europeia e defende a permanência da Grécia no bloco, está no pedido de solidariedade que faz. Essencialmente, Tsipras diz que UE não pode ficar parada e deixar os mercados financeiros brutalizarem o país como se fosse uma colônia a ser desprezada.
Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/quem-e-alexis-tsipras-o-lider-grego-que-tem-uma-foto-de-che-no-gabinete/
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Caminhamos para uma recessão. Com o governo consciente disso, esperamos
20 jan 2015/37 Comentários/ Blog do Zé equipedoblog /Por Equipe do Blog
Que 2ª feira! Calor, aumento de impostos num pacotaço anunciado pelo ministro da Fazenda, de juros e queda de energia em importantes cidades do país causada pela onda de calor inédita no pais…Ontem nem parecia uma 2ª feira, estava mais para uma 6ª feira 13. Só noticias ruins.
O aumento de impostos e dos juros são apenas consequências, desdobramentos da busca de um superavit de 1,2% do PIB este ano. A elevação dos juros visa derrubar a demanda e vem casada com o aumento do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras para os empréstimos às pessoas físicas. Aí, também refreando o consumo.
Caminhamos assim – conscientemente, espero, por parte do governo – para uma recessão com todas as suas implicações sociais e políticas. Fica evidente, empiricamente, pela prática, que o aumento dos juros não refreou a inflação cujas causas estão fora do alcance da politica monetária do Banco Central (BC), mas nos preços administrados, serviços e alimentos.
Quando a inflação cair…se cair…
Assim, quando a inflação cair – se cair… – será pela queda violenta da demanda e não pela alta dos juros. O que espanta é o silêncio de nossas autoridades sobre os efeitos da atual taxa Selic de 11,75% – o sonho de consumo do mercado financeiro -e sobre o serviço da divida interna de R$ 250 bi ao ano, ou o correspondente a 6% do PIB nacional. É a maior concentração de renda do mundo no período de um ano e para uma minoria detentora dos títulos públicos de nossa divida interna.
Como a arrecadação cairá com a recessão é preciso de novo que nossas autoridades expliquem como farão o superávit e manterão os investimentos públicos e os gastos sociais. Têm de explicar: como o pais voltará a crescer?
Fora o fato que as autoridades da área econômica diariamente criticam abertamente os bancos públicos e seu papel de vanguarda no financiamento subsidiado (porque necessário) de nossa indústria, agricultura, infraestrutura social e econômica. A pergunta que não cala é: quem os substituirá, quem continuará a desempenhar esse papel dos bancos oficiais?
Semana começa com muita apreensão sobre os rumos do país
Sobre o efeito maléfico e daninho dos juros altos na valorização do real e nas contas externas também nada, nem uma palavra… Nossa indústria que se vire. A semana começa, assim, com muita apreensão pelos caminhos do país. Mas podem ter certeza, com muita festa no mercado financeiro e nas redações de nossa mídia.
Mesmo que haja algum choro e ranger de dentes pelo aumento dos impostos, no fundo dirão, melhor assim que uma reforma tributária que taxe os ricos, o patrimônio e a renda, as fortunas e heranças e os fantásticos lucros financeiros. Isso, talvez, explique o silêncio dos responsáveis pela política econômica e pelo governo sobre a volta da CPMF ou de algum outro imposto ou tributo equivalente e que cumpra seu papel.
Fonte:http://www.zedirceu.com.br/caminhamos-para-uma-recessao-com-o-governo-consciente-disso-esperamos/
domingo, 25 de janeiro de 2015
Com mais de 213 mil bolsas, vagas no ProUni crescem 11%
Em 2015, as bolsas serão para 30.549 cursos, em 1.117 instituições privadas de ensino superior
O Programa Universidade para Todos (ProUni) vai ofertar 213.113 bolsas, sendo 135.616 integrais e 77.497 parciais. O número representa crescimento de 11% em comparação ao processo do primeiro semestre de 2014, quando foram ofertadas 191.625 bolsas.
As inscrições começam na próxima segunda-feira e podem ser feitas até o dia 29 na página do ProUni. Já estão disponíveis para consulta no site as bolsas ofertadas nesta edição. O candidato que se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também pode se inscrever no ProUni.
Em 2015, as bolsas serão para 30.549 cursos, em 1.117 instituições de ensino superior privadas. De acordo com o Blog do Planalto trata-se da maior oferta de bolsas desde que o programa foi criado. O aumento, no entanto, é menor que no ano passado, quando a oferta cresceu 18% em relação ao primeiro semestre de 2013.
A maior parte das bolsas concentra-se na Região Sudeste (48%), seguida pela Região Sul (22%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (10%) e Norte (6%).
Podem concorrer às bolsas, estudantes que cursaram o ensino médio na rede pública ou na rede particular, na condição de bolsista integral. Para concorrer às bolsas integrais, o candidato deve comprovar a renda bruta familiar, por pessoa, até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais, no valor de 50% da mensalidade, a renda bruta familiar deve ser até três salários mínimos.
Para se inscrever, o candidato deve ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado 0 na redação. Outra condição é que ainda não tenha diploma de curso superior.
Professores do quadro permanente da rede pública de ensino, que concorrerem a cursos de licenciatura, também podem participar do ProUni. Nesse caso, não é necessário comprovar a renda.
Segundo dados do Ministério da Educação, ao longo de dez anos, o Prouni concedeu 1,5 milhão de bolsas de estudos para estudantes carentes de todo o País. Nesse período, o programa formou mais de 430 mil profissionais em todas as áreas do conhecimento. Atualmente, o programa beneficia mais de 562 mil jovens brasileiros de baixa renda com bolsas integrais ou de 50% em universidades privadas de todo o País. Veja a lista dos cursos com maior oferta de bolsas:
1. Administração – 22.050
2. Pedagogia – 15.562
3. Direito – 15.010
4. Ciências contábeis – 11.917
5. Engenharia civil – 8.405
6. Educação física – 8.181
7. Gestão de recursos humanos – 6.854
8. Enfermagem – 6.801
9. Psicologia – 5.307
10. Engenharia de produção – 5.284
Fonte: http://noticias.terra.com.br/educacao/com-mais-de-213-mil-bolsas-vagas-no-prouni-crescem-11,866d51f65171b410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
BRASIL PARABENIZA DISCURSO DE OBAMA EM DEFESA DO FIM DO EMBARGO A CUBA
Por meio de nota do Itamaraty, o governo da presidente Dilma Rousseff informou que "o Brasil saúda esse passo positivo na desejada normalização das relações hemisféricas e no relacionamento entre os Estados Unidos da América e Cuba, dois países com os quais mantém relações históricas de amizade e parceria"
21 DE JANEIRO DE 2015 ÀS 15:24
Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil
O governo brasileiro parabenizou nesta quarta-feira 21 o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter ressaltado, ontem (20) à noite, em seu discurso sobre o Estado da União, a necessidade de trabalhar para acabar com o embargo imposto a Cuba. Durante o tradicional discurso, feito pelos presidentes norte-americanos desde 1790, Obama defendeu que o Congresso americano encerre o embargo econômico e financeiro a Cuba.
Por meio de nota do Itamaraty, o governo informou que "o Brasil saúda esse passo positivo na desejada normalização das relações hemisféricas e no relacionamento entre os Estados Unidos da América e Cuba, dois países com os quais mantém relações históricas de amizade e parceria".
Em dezembro, Cuba e Estados Unidos anunciaram a retomada de suas relações diplomáticas, após 50 anos de rompimento. O episódio foi denominado por alguns como o último resquício da Guerra Fria.
Além do fim do embargo, Obama pediu o fechamento da prisão americana em Guantánamo, território cubano. "Nossa mudança na política em relação a Cuba tem potencial para acabar com um legado de desconfiança no hemisfério", disse, referindo-se ao anúncio que fez em dezembro sobre a reaproximação com o país e o governo de Raúl Castro.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/167343/Brasil-parabeniza-discurso-de-Obama-em-defesa-do-fim-do-embargo-a-Cuba.htm
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Alta dos juros e suicídio político
Por Altamiro Borges
O “deus-mercado” já dá como certa uma nova alta da taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (21). Nos jornais e nas emissoras de tevê e rádio, os analistas econômicos – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – garantem que o aumento será de 0,5 na Selic – pulando dos atuais 11,75% para 12,25% ao ano. Folha e Estadão, dois jornais ligados aos banqueiros, deram a mesma notícia: “Economistas das instituições financeiras cravaram as apostas de que o ritmo de aperto monetário será mantido neste ano”.
Confirmada a nova alta dos juros, o governo da presidenta recém-eleita estará trilhando um perigoso caminho – que beira o suicídio político. Os dados sobre a retração da economia já são preocupantes, com queda na produção e redução no ritmo de geração de emprego e renda no país. A estimativa do próprio governo para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 foi rebaixada pela terceira vez seguida – de 0,38% para 0,02%. Na indústria, o clima ainda é mais sombrio, com a previsão de recuo na produção de 0,71% neste ano.
Os impactos sociais já se fazem sentir. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a novembro do ano passado, o número de empregos na indústria caiu 3,1% – o pior desempenho para o período desde 2009. A diminuição do número de horas pagas foi ainda maior, de 3,7%. Na comparação dos períodos janeiro-outubro de 2013 e de 2014, a folha de pagamento real – descontada a inflação – caiu 0,8%. É pouco se comparado ao desastre que varre a Europa, com recordes de desemprego; mas é algo preocupante e que serve de alarme.
A manutenção da política de arrocho monetário e as novas medidas de austeridade fiscal – que visam acalmar o "deus-mercado" e saciar seu apetite por lucros – tendem a frear ainda mais o crescimento da economia. Alguns inclusive já preveem o início de um período de recessão no Brasil. Como Dilma Rousseff enfrentará politicamente este cenário adverso? A conferir!
Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/01/alta-dos-juros-e-suicidio-politico.html
'EUA, uma nação em declínio': maioria dos estudantes de escolas públicas vive na pobreza
Relatório devastador revela trajetória descendente para a geração atual de alunos. Pesquisadores falam do impacto da pobreza no aprendizado dos alunos
Um novo estudo divulgado na sexta-feira mostra que mais da metade dos estudantes matriculados nas escolas públicas americanas vive na pobreza, um cálculo que o autor do relatório diz colocar os EUA no caminho para o declínio social geral.
Publicado pela Fundação Educacional do Sul, a nova análise usou o censo nacional mais recente disponível para confirmar que 51% dos estudantes ao redor das escolas públicas da nação eram de baixa renda em 2013.
De acordo com o relatório:
Em 40 dos 50 estados, estudantes de baixa renda constituem não menos que 40% de todas as crianças de escola pública. Em 21 estados, crianças que ganhavam almoços gratuitos ou com preço reduzido eram a maioria dos estudantes em 2013.
A maior parte dos estados com uma maioria de estudantes de baixa renda é encontrada no Sul e no Oeste. 13 dos 21 estados com uma maioria de estudantes de baixa renda em 2013 localizavam-se Sul, e 6 dos outros 21 estados no Oeste.
O Mississippi liderou a nação com a taxa mais alta: 71%, quase 3 em cada 4 crianças de escola pública no Mississippi eram baixa renda. A segunda taxa mais alta da nação foi encontrada no Novo México, onde 68% de todos os estudantes de escola pública eram de baixa renda em 2013.
Em adição à documentação do número de estudantes que recebem alguma forma de assistência do governo durante seu dia escolar, incluindo programas chave que oferecem almoços gratuitos ou com preço reduzido, o relatório deixa claro que a pobreza dentre os mais jovens da nação está impactando diretamente e negativamente o aprendizado dos alunos e a habilidade do sistema publico educacional de alcançar sua meta em fornecer educação adequada para todos.
“Não podemos mais considerar os problemas e as necessidades dos estudantes de baixa renda simplesmente como uma questão de justiça,” diz o relatório. “Seus sucessos ou falhas nas escolas públicas vão determinar o corpo inteiro do capital humano e do potencial educacional que a nação possuirá no futuro. Sem aprimorar o apoio educacional que a nação fornece aos seus estudantes de baixa renda - estudantes com as maiores necessidades e usualmente o menor apoio - as tendências da última década serão prolongadas para uma nação não em risco, mas uma nação em declínio.”
Falando com o Washington Post, Michael A. Rebell da Campanha por Igualdade Educacional na Faculdade de Professores na Universidade de Columbia notou como a taxa de pobreza tem aumentado mesmo com alguns indicadores econômicos tendo melhorado. “Nós sempre sabemos que esta é a tendência, que chegaríamos a uma maioria, mas está aqui mais cedo do que o esperado,” disse Rebell. “Muitas pessoas no topo estão se saindo muito bem, mas as pessoas na base não estão se saindo bem mesmo. Essas são as pessoas que têm mais filhos e que os mandam para as escolas públicas.”
As descobertas mais recentes aparecem enquanto o Departamento de Educação e os legisladores no Congresso começam um novo debate acerca da reautorização do Ato da Educação Secundária e Elementar (ASEA), mais conhecido pelas versões atualizadas ou programas apoiados por aquela lei - Nenhuma Criança Deixada Para Trás (NCLB) sob o presidente George W. Bush e o Corrida Para o Topo (RTTT) sob o presidente Obama.
Aqueles contrários ao programa, tanto democratas quanto republicanos, por causa de seus testes padronizados buscando um alto rendimento, estão esperando que a reautorização da ASEA seja sua próxima oportunidade para apontar as falhas das solicitas codificadas em ambos NCLB e RTTT.
Como Randi Weingarten, chefe da Federação Americana de Professores, disse no inicio da semana passada em resposta a um discurso do Secretário de Educação Arne Duncan: “Qualquer lei que não se refira aos nossos maiores desafios - financiar desigualdade, segregação, os efeitos da pobreza - irá falhar ao tentar transformar as nossas crianças e escolas, que tanto necessitam.”
Ela continuou, “a política educacional federal atual - Nenhuma Criança Deixada Para Trás, Corrida Para o Topo e desistências - consagrou um foco no teste, não no aprendizado, especialmente testes com alta participação e as consequências e sanções que surgem disso. Isso é errado, e é por isso que existe uma chamada pela mudança. A estratégia de abandono e a Corrida para o Topo exacerbaram a fixação por testes que foi colocada pela NCLB, permitindo que as sanções e as consequências ofuscassem todo o resto. [Baseado no discurso de Duncan], parece que o secretário queira justificar e consagrar o status quo e isso é preocupante.”
Em um artigo para a revista The Nation ano passado, os experts em educação e pobreza Greg Kauffmann e Elaine Weiss descreveram um corpo enorme de pesquisa que mostrou os vários fatores associados com como a pobreza afeta o aprendizado, incluindo: a realização educacional dos “familiares”; como os pais lêem, brincam e respondem às suas crianças; a qualidade do cuidado e da educação antecipados; acesso consistente à serviços de saúde mental e física e alimentos sadios.”
O que está faltando do debate amplo, de acordo com Kauffmann e Weis, é a compreensão do “impacto da pobreza concentrada - e da segregação econômica e racial - nas conquistas estudantis” e um contexto muito mais amplo. “É hora de pararmos de ignorar [os impactos da pobreza e da desigualdade educacionais],” eles escreveram. “As ultimas décadas viram a polarização do crescimento de renda, com o 1% do topo colhendo a grande maioria dos ganhos sociais, a classe média diminuindo, e os da base perdendo o chão. Como resultado, a pobreza concentrada é mais potente e relevante do que nunca.”
E de acordo com uma análise da SEF pela Education Week, as taxas em crescimento de pobreza dentre os estudantes serão, e deveriam ser, uma parte mais ampla do debate atual sobre políticas de educação:
As escolas têm sido confrontadas com os desafios da pobreza por anos, mas cruzar o limiar da maioria certamente cria um ponto de conversação poderoso em debates nos níveis local, estatal e federal sobre assuntos que falam desde igualdade e responsabilidade a apoios estudantis.
“Essa pobreza aprofundada irá complicar as discussões políticas sobre como educar os estudantes americanos, como pesquisas anteriores mostraram, os estudante estão em risco acadêmico mais significativo em escolas com 40% ou mais de concentração de pobreza,” escreveu a Education Week quando cobriu as tendências de crescimento da pobreza em 2013.
E, como a Rules for Engagement já reportou, famílias pobres estão cada vez mais se mudando para os subúrbios e vivendo em áreas com altas concentrações de pobreza, criando dimensões para o debate.
A nova maioria de estudantes de baixa renda é outra realidade para os educadores americanos.
Publicado pela Fundação Educacional do Sul, a nova análise usou o censo nacional mais recente disponível para confirmar que 51% dos estudantes ao redor das escolas públicas da nação eram de baixa renda em 2013.
De acordo com o relatório:
Em 40 dos 50 estados, estudantes de baixa renda constituem não menos que 40% de todas as crianças de escola pública. Em 21 estados, crianças que ganhavam almoços gratuitos ou com preço reduzido eram a maioria dos estudantes em 2013.
A maior parte dos estados com uma maioria de estudantes de baixa renda é encontrada no Sul e no Oeste. 13 dos 21 estados com uma maioria de estudantes de baixa renda em 2013 localizavam-se Sul, e 6 dos outros 21 estados no Oeste.
O Mississippi liderou a nação com a taxa mais alta: 71%, quase 3 em cada 4 crianças de escola pública no Mississippi eram baixa renda. A segunda taxa mais alta da nação foi encontrada no Novo México, onde 68% de todos os estudantes de escola pública eram de baixa renda em 2013.
Em adição à documentação do número de estudantes que recebem alguma forma de assistência do governo durante seu dia escolar, incluindo programas chave que oferecem almoços gratuitos ou com preço reduzido, o relatório deixa claro que a pobreza dentre os mais jovens da nação está impactando diretamente e negativamente o aprendizado dos alunos e a habilidade do sistema publico educacional de alcançar sua meta em fornecer educação adequada para todos.
“Não podemos mais considerar os problemas e as necessidades dos estudantes de baixa renda simplesmente como uma questão de justiça,” diz o relatório. “Seus sucessos ou falhas nas escolas públicas vão determinar o corpo inteiro do capital humano e do potencial educacional que a nação possuirá no futuro. Sem aprimorar o apoio educacional que a nação fornece aos seus estudantes de baixa renda - estudantes com as maiores necessidades e usualmente o menor apoio - as tendências da última década serão prolongadas para uma nação não em risco, mas uma nação em declínio.”
Falando com o Washington Post, Michael A. Rebell da Campanha por Igualdade Educacional na Faculdade de Professores na Universidade de Columbia notou como a taxa de pobreza tem aumentado mesmo com alguns indicadores econômicos tendo melhorado. “Nós sempre sabemos que esta é a tendência, que chegaríamos a uma maioria, mas está aqui mais cedo do que o esperado,” disse Rebell. “Muitas pessoas no topo estão se saindo muito bem, mas as pessoas na base não estão se saindo bem mesmo. Essas são as pessoas que têm mais filhos e que os mandam para as escolas públicas.”
As descobertas mais recentes aparecem enquanto o Departamento de Educação e os legisladores no Congresso começam um novo debate acerca da reautorização do Ato da Educação Secundária e Elementar (ASEA), mais conhecido pelas versões atualizadas ou programas apoiados por aquela lei - Nenhuma Criança Deixada Para Trás (NCLB) sob o presidente George W. Bush e o Corrida Para o Topo (RTTT) sob o presidente Obama.
Aqueles contrários ao programa, tanto democratas quanto republicanos, por causa de seus testes padronizados buscando um alto rendimento, estão esperando que a reautorização da ASEA seja sua próxima oportunidade para apontar as falhas das solicitas codificadas em ambos NCLB e RTTT.
Como Randi Weingarten, chefe da Federação Americana de Professores, disse no inicio da semana passada em resposta a um discurso do Secretário de Educação Arne Duncan: “Qualquer lei que não se refira aos nossos maiores desafios - financiar desigualdade, segregação, os efeitos da pobreza - irá falhar ao tentar transformar as nossas crianças e escolas, que tanto necessitam.”
Ela continuou, “a política educacional federal atual - Nenhuma Criança Deixada Para Trás, Corrida Para o Topo e desistências - consagrou um foco no teste, não no aprendizado, especialmente testes com alta participação e as consequências e sanções que surgem disso. Isso é errado, e é por isso que existe uma chamada pela mudança. A estratégia de abandono e a Corrida para o Topo exacerbaram a fixação por testes que foi colocada pela NCLB, permitindo que as sanções e as consequências ofuscassem todo o resto. [Baseado no discurso de Duncan], parece que o secretário queira justificar e consagrar o status quo e isso é preocupante.”
Em um artigo para a revista The Nation ano passado, os experts em educação e pobreza Greg Kauffmann e Elaine Weiss descreveram um corpo enorme de pesquisa que mostrou os vários fatores associados com como a pobreza afeta o aprendizado, incluindo: a realização educacional dos “familiares”; como os pais lêem, brincam e respondem às suas crianças; a qualidade do cuidado e da educação antecipados; acesso consistente à serviços de saúde mental e física e alimentos sadios.”
O que está faltando do debate amplo, de acordo com Kauffmann e Weis, é a compreensão do “impacto da pobreza concentrada - e da segregação econômica e racial - nas conquistas estudantis” e um contexto muito mais amplo. “É hora de pararmos de ignorar [os impactos da pobreza e da desigualdade educacionais],” eles escreveram. “As ultimas décadas viram a polarização do crescimento de renda, com o 1% do topo colhendo a grande maioria dos ganhos sociais, a classe média diminuindo, e os da base perdendo o chão. Como resultado, a pobreza concentrada é mais potente e relevante do que nunca.”
E de acordo com uma análise da SEF pela Education Week, as taxas em crescimento de pobreza dentre os estudantes serão, e deveriam ser, uma parte mais ampla do debate atual sobre políticas de educação:
As escolas têm sido confrontadas com os desafios da pobreza por anos, mas cruzar o limiar da maioria certamente cria um ponto de conversação poderoso em debates nos níveis local, estatal e federal sobre assuntos que falam desde igualdade e responsabilidade a apoios estudantis.
“Essa pobreza aprofundada irá complicar as discussões políticas sobre como educar os estudantes americanos, como pesquisas anteriores mostraram, os estudante estão em risco acadêmico mais significativo em escolas com 40% ou mais de concentração de pobreza,” escreveu a Education Week quando cobriu as tendências de crescimento da pobreza em 2013.
E, como a Rules for Engagement já reportou, famílias pobres estão cada vez mais se mudando para os subúrbios e vivendo em áreas com altas concentrações de pobreza, criando dimensões para o debate.
A nova maioria de estudantes de baixa renda é outra realidade para os educadores americanos.
Fonte: http://cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FInternacional%2F-EUA-uma-nacao-em-declinio-maioria-dos-estudantes-de-escolas-publicas-vive-na-pobreza-%2F6%2F32685
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Nossa esquerda é reacionária?
19/1/2015 15:23
Por Rui Martins, de Genebra
Por Rui Martins, de Genebra
Nossa esquerda é reacionária? Pelo jeito é, a ponto de podermos perguntar se é realmenteesquerda ou virou um produto híbrido. Eu já andava desconfiado, mas o assassinato dos caricaturistas do Charlie Hebdo, de policiais e de judeus por fundamentalistas islamitas em Paris, serviu para confirmar. De uma maneira geral, a reação de gente respeitada foi a de que os caricaturistas foram os responsáveis, pois não se cutuca religião com vara curta. O clima é de solidaridade com cheiro de incenso medieval entre membros diversos e mesmo antagônicos de confraria, no caso a confraria dos religiosos, que, no dizer de Gilberto Gil, “acreditam nas coisas lá do céu”.
De minha parte, eu só aceitaria o argumento de que o divino tem de ser respeitado, se em lugar dos três fanáticos com armamento pesado, o próprio Maomé, em pessoa, tivesse entrado na redação e punido os brincalhões com raios celestiais. Como não foi assim, não acredito que os três assassinos tivessem delegação maometana para vingar o profeta. Abrãao, José, Jesus, Maomé todos já morreram e, embora tenham deixado no seu lugar grupos religiosos, fazem parte do domínio do “faz de conta” e seus belos livros devem ser lidos como se lê Grimm, Perrault, Andersen, as fábulas de La Fontaine e as maravilhosas histórias da Mil e Uma Noites. Ou suas versões por Walt Disney e Hollywood.
Não posso entender como marmanjões com títulos universitários, alguns até com formação marxista e até hoje um tanto estalinistas, defendam a mesma ladaínha do Papa populista. Vejam bem, no caso do Papa, risonho e boa gente, é perfeitamente compreensível: durante séculos, os chargistas franceses pegaram no pé da Igreja Católica, isso incluindo envenamentos no Vaticano, o Papa de Avignon, a Papisa, o fascista Pio XII. Não eram ainda Wolinski, Charf, Cabu mas seus antecessores, com desenhos sofisticados a bico de pena. Talvez alguns engraçadinhos tenham sido purificados na fogueira antes de subirem aos céus ou irem arder no inferno, em todo caso, o desrespeito com o Vaticano e o Papa era constante.
De repente, a melhor equipe de caricaturistas da França se cansa do pessoal de batina, das hóstias, rosários, crucifixos e confessionários, para escolher outros temas como judeus e rabinos, mas principalmente o criador da religião em expansão na Europa, Maomé. E, como houve uma fatwa ou condenação à morte, dos colegas dinamarqueses também ligados em Maomé, começaram a dar preferência a esse tema, mesmo porque bastante atual nas lutas políticas francesas, com a família Le Pen querendo botar para fora os emigrantes muçulmanos.
Não se iludam, mesmo os clérigos têm seus defeitos, e o Vaticano suspirou aliviado com essa nova opção do Charlie Hebdo. Porém, com o assassinato da turma do Pasquim francês, surgiu a questão de se pode gozar a cara de religiosos e seus líderes, se isso é ético. O Papa Francisco ou Chico correu atrás dessa oportunidade inesperada para tentar convencer a todos da necessidade de se colocar um basta no humor ferino e blasfemo de alguns hereges iconoclastas caricaturistas. E é claro, o catolicismo fala mais alto nessas horas, Leonardo Boff e o Frei Betoi que o digam.
E como fazem os políticos, o Papa raciocinou: hoje eu apoio os muçulmanos mas amanhã eles nos apoiam e até o evangélicos irão fechar conosco. Mesmo porque corre cada dois anos, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, uma proposta para se considerar delito todo tipo de blasfêmia contra os símbolos religiosos. Na verdade, nos países muçulmanos apoiadores da proposta esse tipo de proibição já existe e pode ser punido com a morte, mas eles gostariam de haver no mundo um consenso, entre as religiões, para que nem o Papa, nem Maomé, nem o Cristo do evangélicos fosse desrespeitado. E a mensagem foi bem recebida – muçulmanos, católicos, evangélicos unidos no mesmo combate da defesa das religiões.
Maravilha, isso mereceria mesmo uma comemoração mundial, do tipo: os homens se unem, com o apoio da ONU, no respeito aos seus símbolos religiosos. Mas o contraponto dessa festa será a censura. Aqui no criticado Ocidente existem algumas coisas exclusivas e uma delas é a liberdade de expressão. E, em pouco tempo, a abertura para se censurar desrespeito às religiões iria incluir outras proibições.
Mas isso meus amigos da “esquerda” brasileira não parecem ver. E, pelo jeito, querem negociar com os evangélicos e a CNBB, numa nova tentativa de política de concessões, à maneira do atual Ministério. Depois do marcha-à-ré na questão do aborto, por que não dizer que a esquerda também não é Charlie e quer o respeito devido às religiões? Isso daria, sem dúvida, votos dos religiosos e faria felizes os amigos iranianos, palestinos do Hamas e os russos, que curtem religião e se enervam com blasfêmias, do tipo daquelas meninas do Pussy Riot. Opção capaz de deixar Marx furioso, assim como todos os pensadores e batalhadores da Renascença, dos Anos Luzes, da Revolução Francesa por certo queimando no fogo do inferno. Outros, incapazes de argumentar, optam por uma fórmula simples: se o Reinado, o Noblat e os ícones da direita são contra o Papa, então sou a favor do Papa. Fórmula utilizada igualmente em outros assuntos, aplicando-se a oposição. Muito simples, mas desprezível.
Rui Martins, jornalista, escritor, editor do Direto da Redação
Fonte: http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/nossa-esquerda-e-reacionaria/747974/
EX-MINISTRA: 'MARCO NÃO ERA HERÓI, ERA TRAFICANTE'
Pelo Twitter, deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, diz que o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado por tráfico de drogas na Indonésia, não deve ser tratado como herói: "Fui contra a execução. Sou contra a pena de morte. Mas que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante"
19 DE JANEIRO DE 2015 ÀS 05:19
247 – Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado por tráfico de drogas na Indonésia, não é herói. Em seu perfil no Twitter, ela diz que ele é um traficante.
"Fui contra a execução. Sou contra a pena de morte. Mas que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante", escreveu.
Preso desde 2003, ao tentar entrar na Indonésia com 13,4 kg de cocaína, ele foi executado após os pedidos de clemência do governo brasileiro serem negados.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/166968/Ex-ministra-'Marco-n%C3%A3o-era-her%C3%B3i-era-traficante'.htm
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