sábado, 31 de janeiro de 2015

Happy In La Habana (Cuba)

quem tem medo dos pelos femininos?

Por alex castrojaneiro 23, 2015 12:22

por que os pelos corporais femininos incomodam tanto, são tão ofensivos, sujos, antihigiênicos, imorais, obscenos, pervertidos?
(aliás, menos os pelos do topo da cabeça, claro: esses são considerados importantíssimos, definidores de feminilidade, dignos de gastos enormes em produtos e serviços, ao ponto que, quando ando com minha companheira de cabeça raspada, ela causa mais surpresa e consternação do que se tivesse arrancado um braço e não apenas pelos.)
o que nos assusta não são pelos, é a sexualidade feminina.
uma mulher com pelos no corpo é uma primata adulta, madura, pronta para usar e dispor de sua própria sexualidade.
naturalmente, nossa sociedade outrofóbica não pode tolerar uma liberdade dessas: metade das nossas leis e costumes ancestrais têm como objetivo explícito conter a sexualidade das mulheres.
não queremos mulheres adultas e sim seres assexuais e impúberes, sem pelos justamente nas áreas onde a existência de pelos indica maturidade, para que possamos nos enganar que, na verdade, não têm sexualidade, não têm desejos, não cagam, não suam, não gozam.
(e, naturalmente, quando esses seres impúberes, assexuais e angelicais se dignam a transar conosco, é porque somos a exceção, é porque somos especiais, como não?!)

o tabu dos pelos corporais femininos só existe pois eles são um lembrete visual e concreto de que as mulheres adultas são primatas que fodem.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2015/01/23/quem-tem-medo-dos-pelos-femininos/

Publicação especial sobre Maquiavel: Cadernos de Ética e Filosofia política, edição 24

http://www.revistas.usp.br/cefp/issue/view/6574/showToc

O perigo da extrema direita, por Renato Janine Ribeiro


do Valor
Por Renato Janine Ribeiro
Cresce a extrema direita no Brasil. Felizmente, tirando os deputados Feliciano e Bolsonaro, tem pouca presença institucional. Mas, de duas uma: ou criará um partido novo, ou continuará numa relação ambígua com o PSDB, que lhe dá votos mas perturba a identidade.
A extrema direita não elege quase ninguém aqui. Para cargos executivos, menos ainda. Mas se fortalece na expressão de suas ideias. É fraca em poder, mas avança no berro. Para usar a expressão de Gramsci, disputa a hegemonia. Degrada o debate no país.
Durante alguns anos, PSDB e PT, representando nossa centro-direita e centro-esquerda, viveram uma aproximação na prática - ainda que ela fosse negada no discurso de ambos. Mas nos últimos anos a retórica subiu em decibéis. Temos um paradoxo: candidato, Aécio Neves prometeu continuar a política social do PT; reeleita, Dilma Rousseff adotou medidas econômicas dos tucanos. Portanto, a realidade não os afasta tanto - mas, na aparência, eles parecem estar quase em guerra. O que vale, a realidade fria ou a aparência raivosa? As políticas econômicas e sociais, ou a retórica desenfreada? a razão ou a paixão? Porque guerras favorecem os extremos.
Extremistas têm muita voz mas poucos votos
Onde é mais fácil ver a extrema direita é na internet. Ela povoa os comentários das redes sociais e das edições online dos jornais. É incrível o ódio que destila. Há poucos dias, lendo as notícias sobre o fuzilamento de Marcos Archer na Indonésia, me surpreendeu a quantidade de comentários atacando o PT, que nada tinha a ver com o assunto. A maior parte era escrita por pessoas desinformadas da realidade e desacostumadas ao cultivo da língua. Mas são veementes. Felizmente, não vão muito além do Facebook e dos blogs.
Ou não iam. Saíram da internet e foram para as ruas nos últimos meses - numa paródia, em menor, das manifestações de 2013. Pediram que os militares rasgassem a Constituição e tomassem o poder. No diagnóstico, erram. Misturam em seu ódio homossexualidade, Hugo Chávez e programas sociais. Nas suas propostas, nem percebem que o mundo atual não está para golpes. O que fariam as Forças Armadas, se tomassem o poder? Meio século atrás, os golpistas tinham uma agenda inteira montada. Os militares não tinham afeição pela democracia. Os empresários receavam os movimentos sociais, que avançavam. A economia estava em grave crise. O governo norte-americano apoiava qualquer golpe de direita na América Latina. Hoje, nada disso existe. Os extremistas são, literalmente, reacionários. Querem que o mundo recue. Não têm projeto viável.
Esse público nas ruas e na Internet vai além de seus próprios pregadores na mídia. Alguns colunistas de jornal chegaram perto de declarar ilegítima a eleição de 2014, o que é uma afirmação bastante grave de se fazer numa democracia, mas não lembro nenhum que tenha pedido a derrubada do governo eleito. Entre os ideólogos e seus seguidores que foram às passeatas ou escrevem em blogs, há uma distância. Os primeiros são mais informados, mais inteligentes. Os segundos, não. Apenas radicalizam.
Mas um problema sério é que essa extrema direita, que tem votado no PSDB nos momentos decisivos, pressiona nosso partido que porta em seu nome a social-democracia - uma denominação típica da esquerda - a ir para a direita. E isso traz alguns resultados. Assim se entende o uso do aborto na campanha tucana em 2010 ou a ênfase de Alckmin numa política repressiva de segurança. Esse fato cria problemas de identidade no PSDB, reduzindo o peso do passado glorioso de Montoro, Covas, Ruth Cardoso. É óbvio que FHC não deve se sentir confortável com esse avanço dos extremismos.
Pode essa extrema direita, que é mais forte em São Paulo, mas cujo tamanho exato ninguém no Brasil é capaz de mensurar, alterar a natureza do PSDB? Não me parece provável. Ela deve manter seu papel de aliada subordinada. Presta o serviço de destruir imagens petistas e recebe alguma compensação midiática por isso. Mas é uma aliada incômoda. Não gosta dos direitos humanos, com os quais o PSDB histórico tem um forte compromisso. Não gosta dos programas sociais, dos quais os tucanos não querem ou não podem abrir mão.
Pior, a extrema direita carrega o risco de convencer demais. Ela ajuda o PSDB na medida em que reforça o antipetismo de parte razoável do eleitorado - mas, se crescer em votos, pode fazer os tucanos perderem os votos de seus eleitores iluministas e, pior, tornar-se dominante em algumas seções regionais do PSDB, o que poria o partido em sério risco.
Há outra possibilidade, para a qual me alertou o cientista político português Álvaro Vasconcelos, ora professor visitante no IRI da USP. Sem o PSDB, a extrema direita pode se tornar um partido próprio, e este pode ganhar força. É o que sucede na Europa. A Frente Nacional ameaça a política francesa há anos. Tem uma votação elevada, embora o sistema eleitoral francês traduza esses sufrágios em pouquíssimos cargos de efetiva significação.
Mas essa é uma possibilidade remota. Como a extrema direita brasileira, dado o seu exacerbado antipetismo, acaba apoiando o PSDB, ela não se organiza para tomar o poder. Prefere operar nas laterais. Sabe que - hoje - teria poucos votos, se disputasse as eleições para valer. Mas é preciso fazer constantemente o balanço do que é melhor para o país e para os tucanos - se é a extrema direita continuar subordinada, sem voz independente mas podendo minar um partido sério, com história e com futuro, ou se é ela adquirir voz e identidade próprias, com o risco de crescer mais. Porque o atual, talvez crescente, desencanto com os políticos favorece aventuras.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/o-perigo-da-extrema-direita-por-renato-janine-ribeiro

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Quem é Alexis Tsipras, o líder grego que tem uma foto de Che no gabinete

Da Visão e do Globo:
Longe vão os tempos em que Alexis Tsipras era apontado como um “perigoso bolchevista”. O líder da oposição grega e da Coligação de Esquerda Radical (vulgo Syriza) continua a ter o retrato de Che Guevara no seu gabinete e não seria de estranhar que o levasse para a sede do Governo, caso se torne no próximo primeiro-ministro da Grécia. Uma aparente inevitabilidade histórica, como demonstram todas as sondagens sobre as eleições legislativas antecipadas de 25 de janeiro.
O antigo engenheiro civil é um homem de convicções e tem uma tal admiração pelo herói da revolução cubana que um dos nomes do seu filho mais novo é precisamente Ernesto. O passado comunista de Tsipras, a sua agenda política e a hipótese da Europa ter um Governo de extrema-esquerda é algo que ainda parece incomodar muita gente. A começar pelos principais credores da Grécia.
O país deve mais de 300 bilhões de euros e o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o FMI estão preocupados com um eventual calote de um futuro governo grego sob Tsipras. Deve-se acrescentar entre os preocupados a Alemanha, principal crítica das intenções de Tsipras suspender os programas de ajustamento impostos nos últimos cinco anos.
Nascido em 1974, ele entrou na adolescência para a ala jovem do Partido Comunista, o último bastião do stalinismo na Europa Ocidental. O colapso da União Soviética desorganizou o partido e Tsipras saiu para se unir ao Synaspismos, a “Coalizão de Movimentos e Ecologia Esquerda”, o maior partido dentro do Syriza — bloco formado em 2004.
No ano seguinte Tsipras concorreu como candidato do partido para prefeito de Atenas, e sua forte presença, especialmente com os eleitores jovens, impulsionoua legenda para o seu primeiro sucesso nacional nas eleições de 2007. Em 2008, foi eleito presidente do partido.
Se sua formação política está na tradição marxista, ele e seu partido (como tantos outros na Europa) tiveram de lutar para forjar uma identidade pós-comunista. Nesse processo, verdes, feministas e outros liberais sociais precisaram encontrar uma agenda comum. A legenda também disse ter ligações com anarquistas, cujos protestos espetacularmente destrutivos foram os primeiros sinais da grave crise grega no final de 2008.
Ao contrário da crença generalizada, Tsipras não é a favor da Grécia sair do euro. Sua retórica, ao contrário, foi ficando cada vez mais pró-Europa nos últimos anos.
Ele também defende medidas que soam mais sinceras vindas dele do que dos partidos que presidiram o país durante seus os longos anos de corrupção e declínio: supressão de dezenas de benefícios fiscais; aumento das receitas através de impostos sobre donos de embarcações e a busca por um acordo especial com a Suíça para tributar as contas de gregos ricos.
“Temos de parar de tributar a pobreza e começar a taxar os ricos e a evasão fiscal”, diz ele.
Em 2012, durante visita à Alemanha, Tsipras pediu que Berlim pare de tratar a Grécia “como um protetorado”.
Parte essencial de seu discurso, que ao mesmo tempo critica a União Europeia e defende a permanência da Grécia no bloco, está no pedido de solidariedade que faz. Essencialmente, Tsipras diz que UE não pode ficar parada e deixar os mercados financeiros brutalizarem o país como se fosse uma colônia a ser desprezada.
Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/quem-e-alexis-tsipras-o-lider-grego-que-tem-uma-foto-de-che-no-gabinete/

Confirman triunfo de la izquierda en Grecia, tendría mayoría absoluta